O novo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, enfatizou que a criação de uma carreira para médicos que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS) será uma das prioridades do governo do presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi feita durante a cerimônia de transferência de cargo realizada nesta quarta-feira (2), na qual estiveram presentes, além de autoridades de todo o Brasil, o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Mauro Ribeiro, e a conselheira pelo Distrito Federal, Rosylane Rocha.
“Para estruturar o SUS, trabalharemos com carreira para a saúde pública. Com isso, sinalizamos fortemente a prevenção, a promoção e a reestruturação da Atenção Básica como caminho de estruturar toda a rede”, frisou Mandetta, que anunciou ainda a criação da Secretaria Nacional de Atenção Básica dentro da estrutura ministerial.
Ao apresentar as prioridades para a pasta que agora chefia, Mandetta afirmou que coordenará, ainda nos primeiros 100 dias de governo, um “choque de gestão” na rede de hospitais federais do Rio de Janeiro. Também destacou que convocará uma força tarefa interministerial para conter o surto de sarampo nos estados da Região Norte do País. Confira abaixo outros destaques do discurso de posse do ministro.
Além de representantes de entidades médicas e de outros profissionais da saúde, participaram da cerimônia de transferência de cargo o governador do DF, Ibaneis Rocha, o governador do estado de Rondônia, coronel Marcos José Rocha dos Santos, deputados federais e senadores. Representantes da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e dos conselhos nacionais de secretários estaduais (Conass) e municipais de saúde (Conasems) também estiveram presentes.
Apoio da classe – Na avaliação do vice-presidente do CFM, Mauro Ribeiro, a indicação do então deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) para assumir o comando do Ministério da Saúde foi indica uma intenção de abrir canal efetivo de diálogo com os segmentos do setor, em especial com as entidades de representação dos médicos.
Para o presidente do CFM, Carlos Vital, a escolha do médico Luiz Henrique Mandetta pode ser entendida como sinal de que um novo tempo está prestes a começar na saúde. “A decisão de ter à frente da Pasta um nome com conhecimento técnico sobre os diferentes fatores relacionados à assistência e com experiência política para fazer as articulações necessárias para atender os interesses dos envolvidos nesse processo”.
Perfil do gestor – Ao avaliar que “não se chega a um cargo de tamanha responsabilidade sem ter um compromisso com a família, com a fé e com a pátria”, o novo ministro fez questão de compartilhar um pouco da sua trajetória de vida, desde a sua infância, formação acadêmica e trajetória profissional
O novo ministro da Saúde iniciou sua trajetória política em 2005, assumindo a Secretaria de Saúde de Campo Grande (MS). Antes, de 2001 a 2004, foi presidente da Unimed da capital sul-mato- -grossense e, depois, em 2010, candidatou-se para seu primeiro cargo público: o de deputado federal. Foi eleito com 78,8 mil votos. Já no primeiro ano de mandato, foi escolhido por seus pares como presidente da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), uma das mais importantes da Câmara dos Deputados.
Em 2014, Mandetta reelegeu-se deputado federal e, em 2018, abriu mão de tentar a reeleição. Sul-mato-grossense da capital Campo Grande, Mandetta é médico formado pela Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro (RJ). No começo dos anos 1990, fez Residência no serviço de Ortopedia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e, poucos anos depois, especialização em ortopedia infantil em Atlanta (EUA). Ainda nos anos 1990, trabalhou durante um ano como médico do Exército, no posto de tenente – período que correspondia ao serviço militar obrigatório da época.
Luiz Henrique Mandetta foi o 10º nome anunciado para o governo do presidente Jair Bolsonaro e o terceiro ministro do partido Democratas (DEM). Em entrevista coletiva, Jair Bolsonaro disse que Mandetta não foi uma indicação do DEM, mas do setor da saúde.