Relatório das equipes externas será a base para emissão de parecer sobre a acreditação das escolas
Finalizado o processo de autoavaliação das escolas que se candidataram a participar do Sistema de Acreditação das Escolas Médicas (Saeme), a Comissão de Acreditação definiu as equipes de avaliação externa e o cronograma de visitas.
Foram selecionados quatro avaliadores externos para compor a equipe, sendo um coordenador da visita, dois professores e um estudante. Para garantir a ética, a independência e a transparência do processo, a lista de avaliadores selecionados foi submetida à aprovação da instituição de ensino, que pode solicitar mudança na equipe caso identifique conflito de interesses ou impedimento de qualquer natureza.
De acordo com Patrícia Tempski, membro da Comissão de Acreditação e professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), “a seleção dos avaliadores externos considerou a semelhança de perfil entre o curso avaliado e o curso de origem do avaliador. Com o objetivo de agregar novos olhares ao processo de acreditação, tentamos incluir um profissional de outra área da saúde e um estudante”.
Ela relata que, de maio a junho de 2016, 15 escolas médicas foram visitadas pela equipe do Saeme. Em agosto, oito escolas passaram pelo processo, e ainda restam outras oito a serem visitadas. Com relação à distribuição geográfica dos avaliadores, 4% são do Norte, 19% do Nordeste, 19% do Centro-Oeste, 47% do Sudeste e 11% do Sul.
Assim como aos professores avaliadores, aos estudantes selecionados para compor a equipe de avaliação externa foi oferecida uma oficina de capacitação durante o Congresso Paulista de Educação Médica, em Marília (SP). No workshop, os estudantes conheceram o instrumento de avaliação, o processo de acreditação e o código de ética dos avaliadores externos do Saeme.
Acreditação – Lançado em 2015 graças à parceria entre o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Educação Médica (Abem), o Saeme ajudará os cursos de medicina a identificar suas áreas de excelência e aquelas que ainda não atendem às exigências de qualidade na formação dos futuros profissionais. A participação é voluntária.
A expectativa da Comissão é finalizar o processo de acreditação de 24 escolas médicas brasileiras até outubro deste ano. A procura inicial surpreendeu, e 31 instituições inscreveram-se no Saeme. No entanto, sete delas não concluíram a autoavaliação e precisarão se inscrever novamente.
O presidente da Abem, Sigisfredo Luis Brenelli, explica que “o instrumento de avaliação abrange cinco dimensões: gestão e programa educacionais, corpos docente e discente, além da infraestrutura oferecida pela escola”.
Lucio Flavio Gonzaga, coordenador da Comissão de Ensino Médico do CFM, aposta no sucesso da iniciativa: “Espera-se que o Saeme seja um divisor de águas na formação do médico brasileiro, no sentido de que as escolas tenham interesse em melhorar sua matriz curricular e a qualidade do seu ensino para serem acreditadas por órgãos externos ao governo e com credibilidade social”.
Nesta fase do processo, a equipe de avaliação elabora um relatório que servirá de base para a emissão do parecer sobre acreditação, não acreditação ou acreditação com sugestões de aprimoramento para as escolas médicas analisadas. Segundo Milton de Arruda Martins, coordenador da Comissão de Acreditação, “o Saeme potencializa mudanças institucionais em cada uma das suas etapas por promover a reflexão sobre a prática norteada por indicadores de qualidade”.