Na abertura oficial, o presidente da ANAMT, Zuher Handar, destacou a importância da especialidade para o bem-estar dos trabalhadores. No discurso, também relacionou a saúde ocupacional com importantes mudanças sociais como a instabilidade dos vínculos empregatícios, o envelhecimento populacional e a necessidade de aproximação dos profissionais da área com o setor de serviços, que concentra cada vez mais trabalhadores no Brasil. “O Fórum é a oportunidade que temos para analisar o passado, refletir o presente e construir um futuro melhor para a Medicina do Trabalho”, observou Zuher.
No primeiro dia do Fórum, a conferência “PCMSO: avanços, limites e questões éticas” discutiu a aplicação adequada do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, reforçando a ideia de que empresas e Médicos do Trabalho devem atuar em conjunto na sua elaboração.
A prevenção da gripe foi abordada no painel “Programa de imunização em saúde do trabalhador”, em que médicas convidadas falaram sobre a importância da vacinação como agente de diminuição nos casos de afastamento do trabalhador, citando cases de sucesso, como o da Petrobrás.
Debates acerca de novos requerimentos e modelo de atuação da área de SST e plataformas online que integram o SUS e a Previdência Social fecharam o primeiro dia de palestras no Fórum. No segundo dia do evento, o diretor de relações internacionais da ANAMT, Prof. René Mendes, palestrou sobre o cuidado integral da saúde dos trabalhadores e a ampliação da atuação do Médico do Trabalho para a comunidade do entorno.
“A Medicina do Trabalho tem que se preocupar com os aspectos ocupacionais, mas também com a questão ambiental que envolver aquela empresa. Os médicos devem capacitar para atuar politicamente”, finalizou. A palestra “O Olhar da Saúde Coletiva: Aspectos Éticos e Metodológicos” destacou a importância da atuação ética do Médico do Trabalho, que deve se sobrepor a eventuais conflitos de interesses entre a empresa e o trabalhador. Por fim, os últimos debates trataram da formação profissional do Médico do Trabalho. Em “Atualização dos Critérios de Competência do Médico do Trabalho frente aos Novos Cenários”, falou-se a respeito da necessidade de mudança na postura do profissional da área de SST, que frequentemente está focado na doença e encara as exigências legais como se fosse uma obrigação. Já “As Perspectivas de Novos Critérios na Certificação do Especialista em Medicina do Trabalho” definiu os pré-requisitos necessários para atuar na área de saúde ocupacional e destacou o investimento da ANAMT na acreditação dos cursos de pós-graduação em Medicina do Trabalho, que ainda existem em número reduzido. O encerramento do Fórum Presença ANAMT 2013 foi feito pelo presidente da Associação, Zuher Handar, que reafirmou seu desejo de conduzir uma gestão participativa e falou sobre os muitos desafios que a Medicina do Trabalho tem pela frente, ao anunciar uma parceria entre ANAMT e CRMS para mapear os Médicos do Trabalho do Brasil e suas competências.