As obras, feitas sem planejamento e sem proteção ao funcionamento do hospital, já levou servidores a ter de usar máscaras devido a náuseas e outros problemas gerados por materiais químicos (tintas e cola) usados na reforma. «Trata-se de um hospital, que não pode fechar, mas não se justifica que obras gerem tamanho transtorno. O HPS não é o único hospital que passa por obras e não vemos esse caos no Clínicas ou outras unidades», alertaram os participantes. Os transtornos costumam ocorrer, isto sim, nos serviços municipais. No Pronto Atendimento da Cruzeiro do Sul (PACS), o mesmo desrespeito e exposição da saúde a riscos foram verificados em obras recentes.
A categoria apontou ainda que o prefeito José Fortunati intensificou a tercerirização de serviços, em vez de preencher quase 200 vagas de médicos de carreira. «O prefeito posou nacionalmente ao lado de ministros dizendo que paga R$ 10 mil e não consegue preencher postos. Acaba de sair edital com remuneração de R$ 2.142 para médico especialista. Como ele explica isso?», cobra a diretora do Sindicato Clarissa Bassin. Além disso, a categoria luta para assegurar o adicional de insalubridade de 40% para quem atua nas emergências, benefício que está ameaçado ou já foi reduzido a muitos trabalhadores devido a adoção de laudos que ignoram as condições de trabalho.
Outra frente de denúncia atingirá as quase 80 aposentadorias de médicos, que não são oficializadas porque o prefeito não regulamenta uma gratificação criada em 2011. Os profissionais precisam se licenciar ou continuar a atuar. Com isso, vagas que poderiam ser levadas a concurso público para contratar mais médicos ficam bloqueadas. «O SIMERS já fez várias reuniões com a Previmpa e Secretaria de Administração e nada é resolvido. A conduta do prefeito, que não envia à Câmara Municipal projeto para regulamentar o tema gera danos não só a quem já está com a aposentadoria encaminhada, como para a população», alertou Clarissa.