Aplicar uma única prova ao final do curso de graduação em medicina para avaliar o nível de conhecimento do futuro médico é inadequado, afirma Lúcio Flávio Gonzaga Silva, vice Corregedor do CFM. O ideal, segundo ele, é aplicar avaliação seriada ao longo do curso. Silva participou do 56º Congresso Brasileiro de Educação Médica (Cobem), realizado em Vitória (ES), entre 1º e 4 de novembro, como debatedor da mesa redonda “O Internato Médico e o Perfil do Egresso”, oportunidade em que abordou o tema “Avaliação Terminal do Estudante sob a Perspectiva do CFM – Exame de Ordem?”.

Silva defende que o mais justo e eficiente tanto para o aluno quanto para a instituição de ensino são aplicações de provas nos 2º, 4º e 6º anos, sendo que nesse último, a ideia é aplicar uma avaliação reunindo teoria e habilidades médicas, a exemplo do Revalida. Dessa forma, explica ele, é possível avaliar a evolução do aluno durante todo o curso, dando oportunidade para ele se recuperar na(s) disciplina(s) em que apresentou conhecimento insuficiente e a instituição também melhorar, se for o caso, seu método de disseminar conhecimento.

No caso de o estudante, ao final do curso, não for aprovado no último exame, ele ainda terá a oportunidade de se recuperar na(s) disciplina(s) em que necessita de melhor conhecimento. “O CFM visa a qualidade do médico e da saúde brasileira. Por isso defendemos a avaliação seriada ao longo do curso de medicina, o Revalida, o Sistema de Acreditação de Escolas Médicas (Saeme), enfim, as melhores práticas de qualificação profissional”, resume Silva. Pelo Projeto de Lei 165/2017, em tramitação no Congresso Nacional, essa avaliação deverá ser aplicada pelo CFM, que irá definir a melhor forma de realiza-la.

Ciência e arte – Outro tema abordado por Lúcio Flávio Gonzaga Silva, vice Corregedor do CFM, no 56º Cobem, foi “A Arte como Estratégia de Humanização da Formação Médica”. Segundo ele, a evolução tecnológica, muito bem-vinda na área médica, está promovendo um grande avanço em diagnóstico e tratamento, mas também tornando o médico mais frio, menos envolvido com o paciente.

“Temos de resgatar o lado humano do médico, o olho no olho, a conversa com o paciente, esse lado humanizado da medicina. Afinal, medicina é cuidar do outro. Então, é preciso juntar ciência e arte”, afirma Silva. E isso deve ser feito com literatura, música, poesia, enfim, com arte. O médico, orienta o vice Corregedor do CFM, além de se atualizar e reunir conhecimento em sua área profissional, deve também ler e se envolver com assuntos ligados à cultura em geral.

Cobem – O 56º Cobem teve como tema central o “Desenvolvimento Docente” e debateu os aspectos atuais e as perspectivas para o futuro da educação médica, tanto na graduação quanto na pós-graduação. O objetivo foi fortalecer o papel pedagógico na formação médica, com discussões sobre as competências para a docência em saúde. O público alvo do Cobem é formado por diretores de escolas médicas, coordenadores de cursos de medicina, membros dos núcleos docentes estruturantes, docentes, discentes, profissionais da rede de serviços de saúde, preceptores especialistas, pesquisadores da área com destaque nacional e internacional e profissionais interessados na educação médica do país.

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