Paula Laboissière Brasília – Depois que mais de 400 médicos autônomos de Alagoas suspenderam em definitivo o atendimento ao público por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), 50 anestesistas do estado devem aspresentar hoje (23) pedido de descredenciamento. De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed/AL), Wellington Galvão, a categoria já conta com 90% das assinaturas. A previsão é que, até o fim do mês, os cirurgiões se juntem ao movimento. No momento, segundo Galvão, apenas o Hospital Universitário de Maceió realiza atendimentos pelo SUS, mas essa demanda representa somente 5% dos alagoanos. Em média, 5 mil cirurgias eletivas deixaram de ser feitas no estado desde julho do ano passado, quando começou o movimento dos médicos. Em dezembro, a Defensoria Pública Estadual e o Ministério Público decidiram intervir na negociação, e os médicos voltaram ao trabalho. No dia 19 de janeiro, entretanto, eles retomaram a paralisação e se descredenciaram em definitivo. Atualmente, os 400 profissionais atendem a população apenas por meio de convênios e consultas particulares, mas Alagoas chega a registrar 92% das pessoas sem plano de saúde. Na Maternidade Santa Mônica, a única que oferece atendimento de alto risco no estado, os pediatras e obstetras entraram com um pedido de demissão coletiva, que vence no próximo dia 16. Mães e bebês estão sendo atendidos apenas até que o aviso prévio apresentado pela categoria seja cumprido. “Se não houver entendimento, vai fechar”, ameaçou o presidente do sindicato. “A insatisfação é muito grande. A tendência é o médico pedir demissão mesmo.” Segundo Galvão, uma comparação entra a tabela do SUS e aquela que é paga por meio de convênios mostra uma defasagem de até 1.600%, dependendo do procedimento a ser realizado. Uma consulta com um especialista, por exemplo, sai por R$ 10 – R$ 7,50 para o médico e R$ 2,50 para o hospital. Já na atenção básica, a consulta fica por R$ 2,74. A tabela do governo, de acordo com o sindicato, não é reajustada há 12 anos. “É um valor imoral. Ninguém trabalha mais para o SUS.” “Espero que o governo federal entenda que não só em Alagoas, mas no Brasil inteiro, tem que haver respeito pelo trabalho do médico. É um profissional importante que leva até nove anos para entrar no mercado de trabalho e não pode ser tratado como um profissional de terceira categoria.” (fonte: Agência Brasil – 23.03.09)

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