É nossa grande satisfação pessoal por ter participado por longo tempo da historia da AMMS, pelos anos de associativismo e também porque pela generosidade dos médicos fomos eleitos para participar em três gestões na entidade.

1985 – 1987 Secretario Geral
1987 – 1989 Presidente
1993 – 1995 Diretor Cientifico

A AMMS, fundada em 1954, estatutariamente tem que promover atividades cientificas, esportivas, culturais e sociais.
Tivemos na nossa gestão de Presidente (1987-1989) duas preocupações adicionais quais foram:
1º Atuação política vigorosa na defesa do médico, seus salários e condições de trabalho, especialmente os médicos da rede publica, pois seus salários na época eram vergonhosos.

2º Implantação de uma nova sede (clube médico) em área maior posto que já estava acanhada e obsoleta a velha sede da Rua Liberdade.

Muito nos orgulhamos em nossa gestão de ter cumprido todas as atividades estatutárias graças ao apoio inconteste dos colegas de diretoria e ainda poder projetar a AMMS politicamente, pois nunca concordamos que ela seja apenas “clube social”, se ater somente a atividades sociais-esportivas é muito pouco para a grandeza histórica da entidade.

Fizemos o Congresso médico multidisciplinar em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, congresso esse que lamento não mais ter sido feito pelas ultimas administrações, entretanto entendemos que os tempos são outros, as sociedades de especialidades cresceram e são atuantes na parte cientifica (umas mais outras menos) e esse fato até certo ponto “esvazia” congresso medico multidisciplinar. Seis (06) anos depois na condição de Diretor Cientifico (gestão 1993-95) novamente organizamos aquele que foi o ultimo congresso patrocinado pela AMMS e este foi realmente de grande porte com mais de 30 palestrantes, cursos paralelos e o realizamos no Centro de Convenções do Parque dos Poderes, tivemos mais de 600 inscrições, número grandioso para aquela época.

Resgatamos e realizamos o Baile do Médico (18 de Outubro) que varias gestões que nos antecederam não o fizeram (as dificuldades para tal são realmente grandes reconheço, especialmente na época quando nada era cobrado do associado nesta festa) regozijamos saber que a partir daí – 1987, o baile dos médicos jamais deixou de ser feito por todas as administrações que nos sucederam – resgatamos uma tradição que estava interrompida e felizmente até hoje ainda se mantém. O baile do médico é tradição que deveria fazer parte do calendário oficial de eventos de Campo Grande, em nossa modesta e “corporativa” opinião. É oportunidade impar para trazer à AMMS convidados não médicos, personalidades de respeito para congraçamento com a classe médica. É “microcefalia”, visão desinformada, pensar que o Baile do Médico deve ser “fechado”, exclusivo para médicos. Em nosso entendimento a diretoria, e somente a Diretoria, pode e deve fazer convites para autoridades responsáveis e formadores de opinião, pois relacionar-se bem é bom para a entidade e via de consequência para a classe médica.

Alem do congresso criamos as REJANS (Reunião Cientifica com Jantar) – Toda ultima sexta-feira de cada mês uma palestra de interesse médico o mais amplo possível com palestrante local num mês e nacional (especialmente de São Paulo)noutro mês – Após a palestra um jantar sempre “pilotado” por colegas médicos bons de cozinha. É uma pena que não deram sequencia as REJANS, oportunidade impar para aprender e confraternizar muito informalmente. Os pós-palestras eram agradabilíssimos. Realizamos também exposições de colegas artistas, pintores prestigiando a cultura.
Como já foi dito anteriormente, além das obrigações estatutárias elevamos muito a Discussão e Ação Política na Defesa do Médico. Apuramos e fizemos descredenciamento coletivo de plano de saúde (Banco do Brasil) e realizamos a maior greve médica de Campo Grande, quando médicos e dentistas unidos pararam por quase 2 meses todo serviço publico municipal de saúde, gestão do Prefeito Juvêncio Fonseca, só voltando a trabalhar com a posse do novo Prefeito (Ludio Coelho) – a nossa AMMS foi quem planejou e executou toda a ação grevista; tivemos o apoio do CRM-MS e SINMED, na época, bem como da Associação dos Dentistas.
A AMMS não pode prescindir de luta política de posicionamento e de ações de defesa de classe médica. A AMMS já foi centro de realização de debates em eleições da classe médica e eleições partidárias, este espaço precisa ser resgatado.

A Nova Sede:
Quando estávamos em campanha para presidir a AMMS uma de nossas propostas foi a de comprar terreno e iniciar a construção de uma nova Sede. Então eleito nomeamos uma comissão de prestativos e honestos colegas e orientamos que procurassem uma boa área urbana mínimo de 2 hectares, para mais uma sede da AMMS, digo mais uma sede porque sempre fomos contra a venda da sede da Rua Liberdade em honra e respeito dos seus construtores, abnegados médicos em 1954. Recentemente ela foi vendida, ainda bem que para a Academia de Medicina, menos mal, posto que “ficou tudo em casa”.
Após exaustiva procura e inúmeras avaliações adquirimos 2 hectares no Parque dos Poderes que é onde hoje existe as piscinas, a sede e o estacionamento do “Clube de Campo”. Compramos e pagamos a área com recursos da própria AMMS, muita economia e alguns bingos, inclusive bingo de automóvel. Diretores que nos sucederam ampliaram a área, consolidaram o projeto que hoje pelo seu tamanho e localização vale uma “boa fortuna.”
Foi importante a manutenção de investimentos no clube de campo, aumentando a área e dando aos Associados excelentes condições para lazer e atividades esportivas e sociais.
O Clube de Campo a bem da verdade teve como impulso básico para que adquiríssemos a área, à vontade, a disposição e a energia dos médicos tenistas, reconhecemos que eles foram a “força motriz” para nos dar coragem de encarar e realizar o projeto. Iniciamos e durante algumas gestões seguintes foram realizadas inúmeras copas de tênis, promovidas pela AMMS em Campo Grande, no MS ( Dourados, Ponta Porã), no Brasil (Guarujá, Itaparica, Ilhéus, Praia do Forte) e no Exterior (Cancun, Cuba, Venezuela, Aruba). Os eventos do tênis “contaminaram” também os médicos futebolistas e o futebol que era o único esporte praticado desde a fundação em 1954 cresceu muito na Associação Médica, tudo contribuindo para mais união, convivência e sedimentação dos colegas no meio médico.

Fatos Pitorescos (nem tanto) durante nossa gestão na AMMS ocorreram vários fatos ate certo ponto estressantes, porém pitorescos. Cito alguns:
1º Corria o ano de 1988 e a comissão encarregada da compra da área para a sede campo finalmente encontra um terreno excelente onde é hoje a nova Sede. Ficamos um pouco aflitos porque os proprietários (2) eram de fora, se não me engano um de Cuiabá e o outro do interior de São Paulo, mandaram procuradores para fechar o negocio, assinar a escritura, em um sábado a tarde. Pela amizade conseguimos que o cartório abrisse excepcionalmente fora de dia e horário para nos atender e enfim realizar o negócio. Acontece que para tal era imprescindível à presença de um determinado membro da Diretoria, que “nem sob tortura” digo quem é. Coube ao colega Verardo (urologista) e membro da comissão achar o referido colega diretor. Imaginem a situação aflitiva, o tempo passando, os procuradores inquietos e com passagens marcadas para voltar para casa. Porém o Verardo se virou (lembro que na época não tinha telefone celular) e encontrou o dito cujo diretor, alivio! Negocio realizado. Obviamente que levaremos “para o tumulo” o nome do colega e a “paróquia” onde foi encontrado. Por pouco a AMMS não perdeu um excelente negocio devido a prevaricação “frenética e libidinosa” de um distinto diretor.

2º Em um dos Bingos para arrecadar dinheiro, bingo de 1 carro zero km, o colega Flavio Renato, que alguns anos mais tarde veio ser presidente da associação, muito dinâmico, prestativo e com transito fácil em todos os meios, ex-vereador em Campo Grande, vendeu muitas cartelas do bingo. Um dos seus clientes deu de presente à cartela para a “amante”. Eis que a moçoila ganha o carro e como era previsto entregamos o carro para a vencedora, na hora conforme anunciado. Acontece que o rapaz “arrependeu” do presente (cartela) que deu a “vencedora” e quis arrumar confusão com a associação; deu um trabalhão danado, depois até achamos divertido. Ô Raça!

3º Fizemos em nossa gestão alguns “moais” (Alguém lembra o que é?!) visando arrecadar capital financeiro para comprar a área da nova sede; também nem sob tortura conto quem foi, mais um colega ao receber os cheques dos participantes do moai, já que ele deu o lance vencedor, não quis, pasmem!!! Aceitar seu próprio cheque que fazia parte do montante. E se achava cheio de razão. Incrível! Foi categórico: meu cheque eu não quero não. Ave Maria!

4º Na gestão 93-95 organizamos na condição de diretor cientifico mais um grande congresso multidisciplinar, as reuniões iniciavam às 8hs e terminava às 18hs. Através de uma empresa foram contratadas várias recepcionistas para o evento; não conto também o nome de quem as “selecionou”; e o fez bem, pois eram garotas realmente muito bonitas (e espertas!!). No ultimo dia do congresso observamos que no período vespertino elas “sumiram”. Apura-se daqui e dali, cada palestrante após a palestra levava uma para “passear”. Humana Libertinagem!

Declaração final: Foi muito gratificante e honroso ter participado de 3 gestões da AMMS e sentir que alguma coisa fizemos, deixamos uma marca e sabendo com humildade que muito mais precisava ser realizado. Ouso dizer que, tendo participado nas administrações das entidades, inclusive Presidindo a Unimed.CG, o que deu mais satisfação pessoal e alegria, ressalvada a trabalheira e a falta de recursos, foi presidir a AMMS. Sempre afirmei que a Associação Médica é uma “forja” de líderes para nossa classe, posto que para bem dirigi-la, com sua gama de atividades (sociais, esportivas, cientificas, culturais e políticas) e seus parcos recursos, os dirigentes obrigatoriamente precisam ser muito criativos, ousados, honestos, trabalhadores, enfim com muita inspiração, transpiração e disposição podem “crescer e aparecer.” Alguns conseguem. A classe médica agradece.

Dr. Wellington Penafortte
Ex-Presidente da AMMS

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