A exigência ocupacional que requer polivalência do indivíduo pode gerar um estress ocupacional como resposta do trabalhador às exigências e pressões no trabalho. Essa foi parte da abordagem feita por João Silvestre Júnior, diretor da ANAMT, no IV Fórum de Medicina do Trabalho do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Fatores psicossociais no trabalho foram apontados como aqueles relacionados, por exemplo, ao ritmo e carga do trabalho, conteúdo das tarefas, jornada, desenvolvimento da carreira e relações tanto horizontais quanto verticais. “A legislação brasileira é negligente e é importante reconhecer o risco psicossocial, reconhecendo que o trabalho prescrito muitas vezes é diferente do trabalho real, sempre ouvindo a experiência do trabalhador”, ressaltou Silvestre Júnior.

Atuação profissional – A coordenadora e conselheira federal Rosylane Rocha ressaltou que “o médico do trabalho é eminentemente um clínico e precisa ser um bom clínico constantemente atualizado”.

Dentre as atribuições desse especialista, a conselheira destacou algumas como: identificar os principais fatores de risco presentes no local de trabalho, não sendo possível fazer isso de dentro do consultório; participar da inspeção e avaliação das condições de trabalho; gerenciar informações epidemiológicas e estatísticas para implementar medidas protetivas e de promoção à saúde.

Características a serem observados na entrevista ao paciente trabalhador também foram destacadas: aparência, atitude, consciência, atenção e orientação, memória, pensamento, afetividade, humor e até mesmo distúrbios do sono e situação existencial atual. “Em todas as situações, o mais importante é perceber o significado que elas têm para o paciente e não para o medico”, ressaltou Rosylane Rocha.

Encerrando o IV Fórum, Vera Lucia Zaher, membro da CTMT do CFM, expôs aspectos éticos e bioéticos no exercício da Medicina do Trabalho. Respeito e dignidade humana, assim como trabalho digno e sem riscos foram palavras destacadas pela professora.