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Os participantes do VIII Congresso da Comunidade Médica de Língua Portuguesa analisaram a situação da gravidez precoce no Brasil. O debate, no dia 4 de maio, em Brasília, demonstrou a proximidade entre gravidez na adolescência e problemas sociais, além de destacar a importância da prática médica nesse ambiente.

Dados apresentados pelo doutor em bioética e diretor-tesoureiro do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran Gallo, revelaram concentração de gravidez indesejada na adolescência em Porto Velho (RO), sobressaindo entre mulheres com baixa escolaridade. O conselheiro ressaltou a necessidade de uma política pública no setor e de se respeitar a privacidade e confidencialidade dos adolescentes nos serviços de saúde.

Segundo Gallo, no Brasil um a cada cinco partos envolvem uma mulher menor de 19 anos. Este número sobe para 28,7% em Porto Velho, município pesquisado pelo conselheiro. “As dificuldades relativas à sobrevivência física e social das adolescentes são em muitos casos agravadas devido às enormes disparidades econômicas, sociais e culturais entre as classes no Brasil”.

De acordo com o conselheiro, o estudo também mostrou que o programa de educação sexual brasileiro ainda é falho. Segundo a pesquisa, 48% delas nunca ouviram falar conceptivos hormonais. “Não existe um agente formador para instruir essas garotas. As autoridades são negligentes em não olhar para essas crianças que começam sua fase reprodutiva com 11 anos de idade”, comentou.

Bioética – Durante a mesa de debate, o diretor do programa doutoral em bioética CFM/FMUP, Rui Nunes, falou sobre as fronteiras éticas do conhecimento e enalteceu a evolução da ciência e da tecnologia. “Os avanços científicos e tecnológicos estão de fato a obrigar a classe médica, políticos e cidadãos em geral a avaliar as questões e riscos da Medicina atual. Tais questões exigem grande sensibilidade, pois entram em conflito com valores, princípios e crenças. Importa encontrar a linha de dominação ética sem que isso comprometa o avanço”.

A mesa de debate “Bioética dos países lusófonos” foi coordenada pelo presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso, e secretariada pelo representante do Timor Leste, Antônio Guterres.

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