
Durante a conversa, o conselheiro federal defendeu uma melhor remuneração para o médico e um adicional para psiquiatras e geriatras, como já ocorre com os pediatras. “São consultas demoradas, que muitas vezes exigem retornos mais frequentes”, argumentou. Rodrigues também mostrou dados de uma pesquisa norte-americana sobre as taxas de depressão e suicídio entre médicos, que é mais do que o dobro da população em geral. “Umas das causas é biológica, já que os plantões afetam o ciclo circardiano”, argumentou.
Rogério Scarabel afirmou que também é intenção da ANS que melhorem as condições de trabalho dos médicos e que todo o sistema seja sustentável. Falou sobre a necessidade de a ANS saber como estão distribuídos os médicos brasileiros e perguntou se o CFM poderia ajudar. Salomão Rodrigues entregou uma edição do estudo Demografia Médica 2018 e ficou acertado que a autarquia, com base em seu banco de dados, poderá fornecer informações por regiões e municípios, sendo resguardado o sigilo das informações pessoais dos médicos.
Ao responder um questionamento de Scarabel sobre as perspectivas para o mercado de trabalho dos médicos diante da abertura indiscriminada de faculdades de medicina, Salomão Rodrigues explicou que este assunto foi um dos temas debatidos na reunião realizada no dia anterior entre o CFM e o presidente Jair Bolsonaro (leia matéria aqui), com o CFM defendendo o Saeme como forma de averiguar a qualidade das escolas.
Os diretores da ANS falaram sobre a entrada em vigor, em julho deste ano, da portabilidade entre os planos de saúde. A expectativa da agência é que haja uma maior concorrência entre as operadoras e que a população seja melhor atendida. “O aumento do acesso da população à saúde suplementar também é de interesse do CFM, pois melhora a saúde da população e impacta no mercado de trabalho do médico”, afirmou Salomão Rodrigues.