Jacqueline Lopes e Bruno Arce A luta contra o tempo seco (umidade abaixo de 30% quando o ideal é de no mínimo 60%) tem movimentado a venda dos aparelhos umidificadores – que transformam água em vapor. A baixa umidade típica de inverno aparece como grande responsável por problemas respiratórios, pois propicia a proliferação de vírus e bactérias. Em duas semanas, os vendedores estimam um aumento de 60% nas vendas de aparelhos para espalhar vapor no ar. Somente em uma das lojas de refrigeração, em 20 dias foram cerca de 60 aparelhos. O preço varia entre R$ 190 a R$ 250. “Na última semana, mais de dez “umidificador de ar” foram vendidos. Houve um crescimento de 60 % nas vendas”, diz a consultora de vendas de uma farmácia Irene Leite. A farmácia espera vender nos próximos três meses mais de 100 aparelhos. Cuidados A pediatra da Santa Casa, Maria Aparecida Schimabukuro, orienta as pessoas a só usarem o umidificador em ambiente limpo e livre da poeira. Caso contrário pode piorar a situação de renite e asma. “Na renite, há o mal estar porque o nariz está entupido. Com a bronquite, o peito da criança fica chiando. Se não procurar o médico há o risco do quadro piorar”, orienta. Beber bastante água, não brincar no sol quente e manter a casa molhada são as melhores medida, diz a pediatra. Na terça-feira estavam internados na emergência da Santa Casa 18 crianças, sendo 80% dos casos de problemas respiratórios. Nesta época do ano, o que em princípio seria uma alergia, evolui para infecção, como pneumonia. A obstrução dos brônquios impõe dificuldades para respirar e vem acompanhada de febre. Alternativas A pediatra recomenda a limpeza da casa à noite para que as crianças e adultos possam ter um ar com mais umidade, fazer cordas com roupas molhadas, ou manter toalhas ensopadas e bacias com água no cômodo. “Eu fumei e meu marido fuma. Meus filhos passam mal de bronquite e a gente corre pro posto. Deixo a casa limpa e coloco bacia de água e toalhas molhada nos quartos, mas pouco adianta”, diz a empregada doméstica Margarida Oliveira, de 35 anos. Fumantes Uma outra medida após conseguir melhorar a umidade do ar é não permitir que pessoas fumantes estejam nestes ambientes, pois a fumaça tira as partículas de água e ainda poluem o ar com a nicotina, substância nociva principalmente aos alérgicos. “Uma criança que tem pai e mãe fumantes têm 90% de chances de ser alérgico. Filhos de pais não fumantes têm até 20%”, explica. As queimadas ilegais para formação de pastagem ou para a colheita da cana complicam ainda mais a qualidade do ar nesta época do ano. Pneumologista Para enfrentar o fim do outono e a chegada do inverno (21 de junho), a saída é beber muita água, segundo o pneumologista Renato Resende. “Tem que beber pelo menos dois litros de água por dia. Pode ser beber sucos, refrigerantes também menos bebida alcoólica. A cerveja, por exemplo, faz urinar o dobro do que é ingerido e causa desidratação”. A baixa umidade – a ideal é de 90% – deixa os brônquios pulmonares irritados e segundo o especialista, quem tem saúde frágil e não se alimenta bem fica mais suscetível às doenças respiratórias e pior, às infecções como pneumonias, que podem levar a morte, segundo Resende. Ele aconselha além da ingestão de líquidos a inalação disponibilizada nos postos de saúde, pois auxiliam a desobstruir os brônquios, ajudam a criança a respirar e deve ser monitorada por um profissional médico. Os postos registram um aumento de 40% nos casos de pacientes com problemas respiratórios se comparados ao período do verão. De acordo com o pneumologista, em junho o clima continua seco e frio no Mato Grosso do Sul. De julho a agosto o frio e a fumaça por conta das queimadas. Em setembro chove mas há as flores da primavera e tudo isso prejudica a respiração, aponta. Umidade A umidade do ar em Mato Grosso do Sul deve continuar baixa de hoje até o dia 10, conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). O instituto prevê condições meteorológicas favoráveis à umidade abaixo de 30% no norte e nordeste do Estado. Para hoje, a previsão do Inmet é de possibilidade de chuva em áreas isoladas do sul e sudoeste do Estado. Campo Grande deve ter mais um dia sem chuva. Quanto à temperatura, em declínio, a mínima deve ser de 12°C no sul e a máxima de 31°C nas áreas mais secas – norte e nordeste. Na Capital, a variação é menor, oscilando entre 16°C e 27°C. (fonte: jornal Midiamax News – 09.07.2008)

Youtube Instagram Facebook
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.