Boa parte dos 122 municípios brasileiros que fazem fronteira com outros países não possui nenhum leito de internação disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, eles não contam com leitos em Unidade de Terapia Intensiva. Nessas cidades, também é baixa a oferta de estabelecimentos e de profissionais de saúde na rede pública, e, de forma geral, é alta a incidência de doenças infectocontagiosas.
Essa situação e outros números referentes à situação da saúde na região de fronteira serão discutidos e encaminhados a partir desta terça-feira (3) no II Fórum de Médicos de Fronteira, que acontece em Campo Grande (MS). O evento vai até a quarta-feira, 4 de abril, e está sendo organizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O encontro tem como foco discutir a assistência em saúde nessa região e o papel do médico nesse cenário.
«Sabemos que muitos destes municípios não têm estrutura e nem demanda para manter um hospital geral, mas é imprescindível que se ofereça condições mínimas de atendimento em casos mais graves. Em muitos lugares um paciente tem que esperar dois ou três dias por um transporte que possa levá-lo ao hospital mais próximo», explica Dilza Ribeiro, coordenadora da Comissão de Medicina de Fronteira, grupo que acompanha o tema no âmbito do CFM.
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