Residentes e acadêmicos de Medicina participaram, no último dia 8 de abril, de mais uma palestra do Curso de Ética Médica realizado pelo Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM-MS). O psiquiatra e vice-presidente da entidade, Juberty Antônio de Souza, falou sobre a Profilaxia do Erro Médico. Segundo ele, os médicos são confrontados diariamente com situações-limite que podem induzi-los ao erro e, portanto, devem estar atentos ao que preconiza o Código de Ética Médica. “Os 145 artigos do Código norteiam a conduta que devemos ter e que pode evitar fracassos e situações eticamente difíceis”, disse. Juberty apontou as três instâncias do erro médico, caracterizadas por imperícia, imprudência ou negligência, e alertou os presentes para a “indústria do erro médico” que se criou no Brasil, com entidades e profissionais especializados em processar médicos, e para o tratamento dado pela mídia a determinados casos. “O médico passa de salvador a assassino dependendo do clamor público e, muitas vezes, já é acionado civilmente antes mesmo da denúncia chegar ao Conselho”, explicou. Ele também despertou a reflexão quanto à diferença entre erro médico, acidente imprevisível, resultado incontornável e resultado adverso – quando o médico emprega todos os meios disponíveis para atendimento ao paciente, mas ainda assim, ele não melhora ou vem a óbito. O vice-presidente do CRM-MS lembrou que embora os médicos sejam taxados de “corporativistas”, “ambiciosos”, “prepotentes” e “arrogantes”, até hoje não têm a profissão reconhecida – a única não regulamentada entre as 14 profissões da saúde no Brasil. Ainda assim, conforme pesquisa IBOPE, são os profissionais com mais credibilidade junto à população, à frente, inclusive, das instituições militares e religiosas. Para Juberty, são muitos os fatores que podem favorecer o erro médico, entre eles a falta de infraestrutura e de materiais para o atendimento adequado, falta de leitos, sobrecarga de trabalho e baixa remuneração. “Hoje, no Brasil, somente 2% dos 400 mil médicos do País recebem R$ 10 mil ou mais; cerca de 50% recebem menos de R$ 5 mil por mês e têm mais de um emprego”, afirmou. “Isso sem contar que não têm uma carreira [Plano de Cargos e Carreira]”, completou. Médico-paciente Juberty explicou aos residentes e acadêmicos que o CRM é uma autarquia responsável por defender a sociedade da má prática médica e do erro médico. Segundo ele, os profissionais devem estar conscientizados para evitar o erro, pautando a conduta pelo Código de Ética e priorizando a relação médico-paciente. Juberty mencionou pesquisa do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP) que diagnosticou falhas e dificuldades de comunicação entre médicos e pacientes ou seus familiares. “Falta diálogo, o que é imprescindível para um bom atendimento; temos que repensar isso”, defendeu. (fonte: CRM-MS – 14.04.09)

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