Outro debate relevante no último dia do I ENCM foi uma análise sobre os problemas que afetam o trabalho médico no Sistema Único de Saúde (SUS). A mesa contou com as exposições do presidente do Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), Abelardo Meneses, e do 1o secretário do Conselho Federal de Medicina (CFM), Desiré Carlos Callegari. Ambos se desdobraram para destacar os percalços que afetam os profissionais que atendem o setor público.

    Abelardo Meneses usou como exemplo a situação caótica dos hospitais públicos da Bahia e do trabalho atuante do departamento de Fiscalização do Cremeb.    “Temos uma parceria com o Ministério Público e, no ano passado, foram instauradas nove ações civis públicas contra o Governo do Estado. Infelizmente, a saúde na Bahia está enfrentando um verdadeiro caos”, disse o presidente, apresentando fotos das unidades de saúde fiscalizadas, que refletem o cenário de descaso.

    Desiré Callegari apresentou a situação dos hospitais conveniados com o SUS, mostrando a importância das unidades sem fins lucrativos e que prestam assistência gratuita à população, como as Santas Casas. “Essas instituições são muito importantes para os usuários do SUS e contribuem de forma significativa. Mesmo assim, a saúde continua no caos, com a quantidade de leitos diminuindo”, disse, acrescentando que, nos últimos sete anos, o país perdeu 15 mil leitos.

     Saúde em Portugal – O bastonário da Ordem dos Médicos de Portugal (OMP), José Manuel Silva, também foi um dos conferencistas do último dia do I ENCM. Em sua explanação,ressaltou que a qualidade da saúde em seu país também está em risco. “Cerca da metade dos jovens médicos que estão se formando em Portugal estão migrando para países que pagam mais e oferecem melhor qualidade de trabalho”, afirmou.

    Segundo ele, Portugal possuía um dos melhores sistema de saúde do mundo, com baixa taxa de mortalidade infantil, excelentes profissionais, formação médica adequada e investimento. No entanto, conforme relatou, o orçamento geral português vem sofrendo restrições, principalmente na saúde. “Com isso, estamos enfrentando superlotação nos hospitais, falta de medicamentos e profissionais e crise nas urgências e emergências. Nós, médicos, não podemos aceitar isso. É nossa obrigação ética lutar contra esta situação”, afirmou. “Sem recursos financeiros, técnicos e médicos não há a verdadeira humanização da saúde”, concluiu.

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