O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Conselho Federal de Medicina (CFM), representado pelo presidente da autarquia, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, e Sindicato dos Médicos (Simepe) participaram, nesta segunda (12/06), de audiência pública convocada pelo Ministério Público do Estado para discutir sobre o medicamento L-Asparaginase que é usado para o tratamento de mais de 4 mil crianças com Leucemia Linfoide Aguda no Brasil. A medicação era importada por um laboratório alemão até o começo deste ano, mas o contrato foi encerrado e o Ministério da Saúde, através de licitação, contratou um laboratório chinês, entretanto sem apresentar a eficácia da droga.

Em abril, o CFM apresentou pedido ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que avaliasse junto ao Ministério da Saúde as denúncias sobre a falta de segurança e eficácia do medicamento chinês L-asparaginase, utilizado para o tratamento da leucemia linfoide aguda. O tema foi abordado em reportagem exibida no Fantástico, da TV Globo, na qual o presidente do CFM, Carlos Vital, defendeu a avaliação rigorosa da qualidade do medicamento.

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Na audiência no MP-PE, o representante do Cremepe, Sílvio Rodrigues, afirmou que a fase de discussão da eficácia da droga já passou e que a necessidade, imediata, é a garantia da segurança do tratamento das crianças com leucemia no Estado. Os relatos dos coordenadores dos serviços de oncologia associado ao que foi apresentado pela especialista do Centro Boldrini, já respalda o Cremepe para o risco da ineficácia da droga, ou seja, aumento a recaída no tratamento da Leucemia Linfoide Aguda e consequentemente a mortalidade.

Toda a documentação apresentada na audiência foi protocolada no Conselho de Pernambuco que realizará uma plenária convocando todos os diretores técnicos dos serviços que oferece tratamento de câncer infantil e secretarias de Saúde envolvidas – município e Estado para a garantia desse direito a curto prazo, além disso, as entidades médicas já entraram com uma representação no Ministério Público Federal.

Especialista – A presidente do Centro Infantil Boldrini – especializado em oncologia e hematologia pediátrica, Sílvia Brandalise, que participou da audiência, avalia como irresponsabilidade e até imoralidade o que está sendo feito com estas crianças. Os riscos são: dessa asparaginase chinesa não funcionar e que a β-lactamases – que tem na droga – interfira na ação dos antibióticos que a criança usa. Ela ainda alerta para a falta de eficácia em seres humanos.

“As crianças que receberem esta medicação, só testada em animais, correm o risco enorme do produto não funcionar, mas mais do que isso, se sabe que estes produtos, através de testes em quatro laboratórios que eles contem uma quantidade impressionante de impurezas que interferem na ação da asparaginase, onde o mais importantes é que destas impurezas, uma delas – a β-lactamases – são para a bactéria proliferar, ou seja, quando ouvimos falar de bactéria resistente aos antibióticos, são bactérias que produzem a β-lactamases e este remédio da China já vem com um caudo dessa substância para que as bactérias fiquem mais fortes ainda porque ela inativa a ação dos antibióticos”, explicou Brandalise.

* Com informações do Cremepe

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