A valorização do médico deve se dar em todas as circunstâncias. Essa foi a principal mensagem do primeiro dia de atividades do II Fórum Nacional de Integração do Médico Jovem, que teve início na terça-feira (22), em Belém (PA). Com base nessa premissa, as diferentes mesas abordaram temas como ética médica, a influência das entidades de representação sobre a atividade profissional e a administração da carreira médica.

Para o Conselho Federal de Medicina (CFM), organizador do encontro, com o apoio do Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA), os debates, com boa participação do público, comprovam a relevância de se criar um canal de diálogo com esse segmento da população médica, formado por profissionais com até 10 anos de formado ou 40 anos de idade. Cerca de 160 mil profissionais estão nesse grupo. Na maioria são mulheres e moradores das regiões Sul e Sudeste do País.

“Há tempos os Conselhos de Medicina perceberam essa necessidade. Já em 2006, as entidades deram os primeiros passos nesse sentido com a criação da Comissão do Médico Jovem pelo CFM. Em 2014, por iniciativa do seu atual presidente, Carlos Vital, entendeu que havia chegado o tempo de dar ainda mais força e visibilidade a esse projeto”, relatou o conselheiro José Hiram Gallo, coordenador desse grupo e diretor-tesoureiro do CFM.

Segundo ele, desde então, a Comissão do Médico Jovem ganhou apoio para desenvolver suas ações. Nesses últimos três anos, esse grupo promoveu 27 reuniões, quase uma por mês. Foram também realizados quatro outros fóruns nacionais. “Apesar da juventude, trata-se de um gurpo de mentes brilhantes que proporcionam ao CFM a oportunidade de debater e encontrar soluções para os problemas que afetam o segmento dos médicos jovens no País”, acrescentou o conselheiro Hideraldo Cabeças, representante do Pará junto ao CFM.

Por sua vez, o presidente Carlos Vital aproveitou para chamar a atenção para o momento enfrentado pela categoria médica e pela saúde no Brasil. Segundo ele, o encontro acontece quando se coloca em cheque a qualidade da gestão e se apontam uma série de precariedades que comprometem a qualidade do exercício profissional e o atendimento das necessidades dos pacientes.

“Na maioria das Nações desenvolvidas, como Inglaterra, Portugal e França, os médicos têm excelentes carreiras nacionais e os cargos da gestão de serviços e programas de saúde não são de livre provimento dos políticos de plantão. Por isso, não são utilizados para satisfação de interesses pessoais ou eleitorais, em detrimento da proficiência administrativa. Além disso, em geral, no âmbito desses países, os médicos têm o que falta em muitos postos de saúde brasileiros: cadeiras, macas, toalhas e pias para lavagem das mãos, banheiros para deficientes físicos, salas para esterilização de materiais e expurgo de lixo, equipamentos, medicamentos e insumos imprescindíveis aos atendimentos”, comentou Carlos Vital.

O II Fórum Nacional de Integração do Médico Jovem termina na tarde de quarta-feira (23), quando os participantes devem aprovar um manifesto com seu posicionamento acerca dos temas tratados. Os indicativos deverão nortear os debates internos e futuras ações junto ao Governo e aos tomadores de decisão.

O texto deve contemplar tópicos como melhores condições de trabalho; remuneração digna e adequada; mais recursos para a saúde, com gestão eficiente; e a valorização e o respeito dos médicos e dos pacientes. “Sabemos que mais do que uma pauta comum de reivindicações, temos uma luta única. E mais, que juntos, os todos nós, poderemos buscar uma medicina e uma saúde melhor para o Brasil”, finalizou o coordenador da Comissão do Médico Jovem.

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