Médicos de MS paralisam atendimentos
aos planos de saúde por um dia

 

O Conselho Regional de Medicina (CRM-MS), Associação Médica (AMMS) e Sindicato dos Médicos (SinMed) explicam que o protesto terá duração de 24 horas e tem como objetivos alertar à população para os abusos cometidos pelas operadoras dos planos de saúde e pressioná-las à negociação pelo reajuste dos honorários e procedimentos médicos.

Há meses, as entidades médicas e comissões de honorários médicos de todo o país vêm buscando a negociação dos valores pagos aos médicos, que estão totalmente defasados. “Lutamos pela implantação da CBHPM plena, que garante um valor mínimo para consultas e outros procedimentos”, afirmou o presidente do CRM-MS, Juberty Antônio de Souza, referindo-se à Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos. Para ele, a indiferença dos planos de saúde às reivindicações dos médicos também demonstra o descaso com que tratam os usuários dos planos de saúde, que decidiram adquirir um plano de saúde na busca por uma assistência médica de qualidade.

Várias operadoras nem sequer aceitaram negociar os honorários médicos ou apresentaram propostas com valores irrisórios para consultas e demais procedimentos.

Mobilização pela saúde

O Dia Nacional de Suspensão do Atendimento aos Planos de Saúde (21 de setembro) será mais um dia de mobilização pela saúde. Os médicos de todo o país estão sendo orientados a suspender as consultas e procedimentos eletivos de pacientes conveniados aos planos de saúde, garantindo o agendamento dos pacientes para novas datas e mantendo os atendimentos de urgência e emergência.

 
Esta será a segunda mobilização nacional dos médicos em defesa da valorização profissional este ano. No último dia 7 de abril, também foi realizada paralisação do atendimento aos planos de saúde em todo o Brasil.

Os protestos são contra os baixos honorários médicos, a interferência dos planos de saúde na autonomia do médico e pela regularização dos contratos, para que sejam estabelecidos critérios de reajustes por parte das operadoras, hoje inexistentes.

## ATENÇÃO JORNALISTAS ##
Representantes do CRM-MS, SinMed-MS e AMMS falarão sobre a mobilização em Mato Grosso do Sul durante coletiva à imprensa, na terça-feira (20), às 8h, na sede do CRM-MS, à rua Desembargador Leão Neto do Carmo, 305, Jardim Veraneio.

 

Conheça 10 motivos para o reajuste dos honorários médicos
Fonte: Comissão Nacional de Saúde Suplementar (COMSU)

 
1. Mais usuários
Os primeiros dados do mercado de planos de saúde de 2011 indicavam 46,6 milhões de beneficiários em planos de assistência médica. Entre março de 2010 e março de 2011, mais 4 milhões de brasileiros passaram a ter plano
de saúde. De acordo com série histórica da Agência Nacional de Saúde (ANS), este foi um crescimento recorde desde 2000, de 9%.
 
2. Maior faturamento
A receita também cresceu. Conforme informado pelas operadoras, o faturamento no primeiro trimestre de 2011 foi de R$ 18,4 bilhões, 3,8% a mais que no mesmo período de 2010. Analisando os dados de 2010, as operadoras médico-hospitalares tiveram uma receita de R$ 72,7 bilhões,13,2% a mais que em 2009.
 
3. Mais empresas
O aquecimento do mercado é confirmado pelo número de registros de operadoras. Pela primeira vez em dez anos, o número registros (12 empresas novas) foi maior que o número de cancelamentos (4), isso analisando o primeiro trimestre de 2011. Existem hoje 1.042 planos ativos com beneficiários, dos quais 70% são de pequeno porte, com até 20.000 pessoas.
 
4. Valor da mensalidade
O valor médio da mensalidade cobrada pelos planos de saúde em 2010 foi de R$ 127,00, uma variação de 9,1% em relação a 2009, quando os planos custavam, em média, R$ 116,37 per capita/mês.
 
5. Lucro crescente
O incremento das vendas e o consequente aumento do lucro das empresas de planos de saúde têm sido destacados pelas principais publicações da área econômica. A maior operadora, a Amil, faturou R$ 4,3 bilhões em 2010, o que representa aumento de mais de 16% em relação a 2009. Outras que registraram grande crescimento foram Intermedica, Amico, Golden Cross, Bradesco, Sulamerica e Maritima.
 
6. Menor sinistralidade
Outro indicador de que o mercado vai bem é a redução da sinistralidade (razão entre a despesa assistencial e receita angariada com as mensalidades), que passou de 83% em 2009 para 81% em 2010.
 
7. Reajuste dos individuais
De 2000 a 2011, os reajustes da ANS autorizados para os planos individuais acumularam 150,89%, sem repasse aos honorários médicos. A ANS autorizou em 2011 o maior aumento às operadoras desde 2007, ao fixar em 7,69% o índice de reajuste . Os planos coletivos podem ter reajustes anuais ainda maiores, pois é livre a negociação entre operadoras e empresas ou grupos contratantes.
 
8. Índices da inflação
Os índices de inflação – de 2000 a 2011, medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – utilizado pelo governo para medição das metas inflacionárias –, acumularam 119,80%, no período, o que não foi repassado aos honorários médicos.
 
9. Aumento de emprego e renda
O aumento da renda dos brasileiros e a situação positiva do mercado de trabalho, com as menores taxas de desemprego já registradas e crescimento de vínculos formais com carteira assinada, turbinaram a venda de planos de saúde, sobretudo os coletivos e empresariais, que já somam 80% do mercado. Os planos coletivos cresceram 14% em 2010, mais que os individuais e familiares, que aumentam em 5,4% o número de usuários.
 
10. Congelamento dos honorários
Segundo dados apurados pela própria ANS, a consulta médica valia, em média, em 2007, R$ 37. No último dado divulgado pela agência, os planos pagavam R$ 40, em média, por consulta. Ou seja, praticamente não houve reajuste. Os levantamentos das entidades médicas demonstraram que muitos planos ainda pagam menos de R$30,00 a consulta em várias regiões do país.

 

Os médicos de Mato Grosso do Sul aderiram à mobilização nacional e paralisarão o atendimento aos planos de saúde no próximo dia 21 de setembro. A decisão, referendada pelas entidades médicas do Estado, foi tomada pela Comissão Nacional de Saúde Suplementar (Comsu), que é composta pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam).

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