O Brasil ainda está longe de atingir uma das metas do milênio assumidas em 1990: a que determina a redução da mortalidade materna até o fim deste ano. Atualmente, morrem no Brasil 69 mulheres a cada 100 mil partos de nascidos vivos, mas pelas metas da Organização das Nações Unidas (ONU), esse número deveria ser de no máximo 30 mulheres.

A deputada Carmen Zanotto (PPS-SC) defendeu em audiência pública sobre o tema que a Comissão de Seguridade Social e Família o resgate o trabalho de uma subcomissão que analisou a mortalidade materno-infantil no ano passado e que produziu um relatório com diversas sugestões para combater o problema no país. “A mortalidade materna é uma mortalidade evitável. Gravidez não é doença. A gente precisa é aprimorar, buscando inclusive a garantia de recursos financeiros para que as unidades hospitalares que acolhem as mulheres possam ter como reformar suas estruturas físicas para ter acompanhante no trabalho de parto.”

Os participantes defenderam ainda a criminalização dos erros obstétricos e a presença de um acompanhante como forma de garantir mais segurança para a mulher na hora do parto.

Desde 2011, a Rede Cegonha do Ministério da Saúde vem implementando uma rede de cuidados para assegurar às mulheres atenção humanizada durante a gravidez e o parto.

A coordenadora geral de saúde da mulher do Ministério da Saúde, Maria Esther de Albuquerque, destacou que é preciso rever métodos e qualificar as práticas de cuidados com a mulher. “A mulher quando é internada para o trabalho de parto, ela é colocada em jejum sem poder beber água e comer nada. Isso já é provado que não precisa, é desnecessário, inclusive faz mal para a mulher, prejudica a evolução natural do trabalho de parto. Outro problema é ter que ficar deitada, ter que ser colocada no soro com medicamentos para acelerar o parto; não permitir que ela possa caminhar. Então tudo isso que hoje ainda é realizado em alguns serviços deve ser abolido.”

Qualidade de atendimento
O consultor nacional da Organização Panamericana da Saúde (Opas), Adriano Tavares, afirmou que o País já avançou muito no acesso das mulheres aos serviços de saúde, agora precisa investir na qualidade desse atendimento. “As mulheres brasileiras tiveram um grande incremento no acesso à saúde em termos de pré-natal, de estrutura para parto, e de planejamento reprodutivo. Nós sabemos que todas essas ações são importantes para que haja redução na mortalidade materna.”

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o Brasil foi um dos países latino americanos que alcançou avanços significativos na redução de mortes relacionadas à gravidez ou parto de 1990 a 2013. A taxa de redução de mortes maternas foi de 43% da década de 90 até 2014, no entanto a OMS alerta que o país não tem condições de alcançar a meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio de reduzir 75% da taxa de mortalidade.

Nos países desenvolvidos, a taxa de mortalidade materna fica em torno de 10 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos; em comparação, nos países menos desenvolvidos, ela pode alcançar 1 mil mortes maternas ou mais por 100 mil nascidos vivos.

Fonte: Agência Câmara Notícias

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