Estruturar no Distrito Federal um braço da Rede Criptococose do Brasil (RCB) é o objetivo do seminário que reunirá especialistas para debater o tema na Fiocruz Brasília, no próximo dia 29. A criptococose é uma micose causada pelo fungo cryptococcus, que apresenta duas variedades: neoformans e gattii. A primeira acomete com frequência pacientes com Aids, nos quais 6% dos casos notificados, de 1980 a 2012, apresentavam a doença, segundo dados do Ministério da Saúde. A segunda variedade, gattii, é endêmico nas regiões Norte e Nordeste e apresenta alta letalidade, entre 35% a 40% dos casos detectados.

    A doença não é de notificação compulsória, por isto os dados são dispersos e pouco confiáveis, o que impossibilita estabelecer a magnitude real da doença no Brasil, conforme consta do documento Estudo Clínico-Epidemiológico da Criptococose no Brasil: Criação de uma rede integrada de pesquisa multidisciplinar, elaborado pela coordenadora da Rede e pesquisadora do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas da Fiocruz (Ipec), Márcia dos Santos Lazéra. O organizador científico do encontro em Brasília, Vitor Laerte Pinto, destaca a importância de a Rede mapear a doença e, assim, suprir a falta de informação permitindo conhecer, de fato, a situação epidemiológica no Brasil.
 
    Denominado “A criptococose no Brasil – Implantação da Rede Criptococose do Brasil no Distrito Federal”, o seminário é organizado pelo Programa de Epidemiologia e Vigilância em Saúde da Fiocruz Brasília (Pepivs), Programa de Pós-graduação em Ciências Genômicas e Biotecnologia da Universidade Católica de Brasília (UCB) e pelos Programas de Pós-graduação em Biologia Molecular e em Medicina Tropical da Universidade de Brasília (UnB).

    Participam do seminário o pesquisador Wieland Meyer, da Universidade de Sidnei, na Austrália, que ministrará palestra sobre a “Epidemiologia da Criptococose e seus agentes no Mundo”; o pesquisador Bodo Wanke, do Ipec/Fiocruz, que falará sobre “A criptococose no Brasil”; André Nicola, da Universidade Católica de Brasília (UCB), que abordará o tema “Interações patógeno-hospedeiro na criptococose”; Luciana Trilles, do Ipec/Fiocruz, que falará sobre “Métodos moleculares aplicados a epidemiologia molecular dos fungos” e Márcia Lazera, que comentará sobre a estruturação da Rede.

    Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Ceará, Piauí, Pará, Roraima e Minas Gerais são alguns dos estados onde a RCB atua. Universidades, institutos de pesquisa, hospitais, laboratórios de saúde pública, entre outras instituições integram a Rede.

    “Esta é uma rede de entrada aberta e outros poderão ingressar, participando deste projeto e de reuniões de RCB, contribuindo tecnicamente ou participando de subpropjetos que estão sendo trabalhados e serão propostos para a Rede”, afirma Márcia dos Santos Lazéra, coordenadora da rede.

    “Em Brasília, uma das propostas é estimular que as unidades assistenciais – hospitais e postos de saúde – integrem a rede, pois, entre outros métodos de pesquisa, será realizado estudo clínico em hospitais, buscando pacientes com diagnóstico da doença”, explica o biólogo Joaquim Lucas, um dos coordenadores do encontro.

Faça a sua inscrição em http://bit.ly/1br7dzd
 

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