Considerado agente cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2004, o formol entrou na mira do governo americano. O Departamento de Saúde dos Estados Unidos incluiu a substância, encontrada em conservantes médicos e produtos de alisamento capilar no Relatório sobre substâncias cancerígenas, um documento com base científica que identifica os produtos químicos e agentes biológicos que podem colocar as pessoas em maior risco de desenvolvimento do câncer. O ácido aristolóquico, um composto botânico muito utilizado na medicina chinesa por seus supostos benefícios à saúde, também entrou na lista. Além disso, seis outras substâncias foram consideradas suspeitas de causar câncer.

De acordo com um comunicado de imprensa do Departamento de Saúde, “há evidências suficientes em estudos com humanos mostrando que indivíduos com exposição elevada ao formaldeído têm risco maior de desenvolver cânceres raros, incluindo de nariz, bem como o câncer de células brancas sanguíneas, a leucemia mieloide”. Estudos já comprovaram que, em ratos, o formol causa câncer na cavidade nasal.

O formaldeído é um gás incolor e inflamável, com forte cheiro, amplamente usado na confecção de utensílios domésticos e acabamentos têxteis. No Brasil,  Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe há uma década seu uso na composição de alisantes de cabelo. A resolução 162, de 2001, só permite o uso cosmético do produto como conservante, com limite máximo de 0,2%. Como agente endurecedor de unhas, o limite é de 5%, segundo a resolução 79, do ano anterior. Segundo a assessoria de imprensa da Anvisa, “quando absorvido pelo organismo por inalação e, principalmente, pela exposição prolongada, apresenta como risco o aparecimento de câncer na boca, nas narinas, no pulmão, no sangue e na cabeça”.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) faz um alerta em seu site (www.inca.gov.br) sobre os riscos do formol. De acordo com o órgão, vinculado ao Ministério da Saúde, o potencial carcinogênico da substância já foi comprovado por quatro instituições internacionais de pesquisa. Em 2004, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc), órgão da OMS, classificou o composto como sendo carcinogênico para humanos. A Agência de Proteção Ambiental e a Associação de Saúde e Segurança Ocupacional dos Estados Unidos afirmaram que o produto é “suspeito” de causar câncer. Desde 1984, o Programa Nacional de Toxicologia americano considerou o formaldeído um agente cancerígeno para ratos, em altas dosagens (1,1g/kg).

Além do formol e do ácido aristolóquico, o relatório incluiu captafol (encontrado em alguns pesticidas), carboneto de tungstênio-cobalto (composto usado na indústria de metais pesados), fibras de vidro inaláveis (usadas na fabricação desde carros a banheiras), nitrotolueno (utilizado na produção de pigmentos, antioxidantes e substâncias químicas para uso agrícola), riddelliine (composto botânico) e estireno (utilizado em embalagens). Todos esses agentes já tinham sido apontados anteriormente pela Iarc como possíveis causadores de câncer.

Fonte: Correio Braziliense

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