SÃO PAULO – A paralisação de médicos residentes, que desde a terça-feira (17) protestam pelo reajuste da bolsa-auxílio, alcança 25 Estados e o Distrito Federal. Segundo a Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), há 90% de adesão dos mais de 22 mil residentes no país. Tocantins é o único Estado que não possui programa de residência. A categoria reivindica reajuste de 38,7% na bolsa-auxílio, hoje em R$ 1.916,45, valor congelado desde 2007. Pedem ainda a extensão do auxílio-moradia e auxílio-alimentação para todo o território nacional, o aumento da licença-maternidade da residente de quatro para seis meses e adicional por insalubridade. A ANMR protocolou na segunda-feira (23), em Brasília, pedido de reunião com os ministérios da Educação (MEC) e da Saúde. Hoje, a comissão nacional de greve da associação, com representantes estaduais, se reúne em Brasília para avaliar a mobilização. “Desde abril, negociamos com o governo. A greve foi o último recurso”, afirma o presidente da associação, Nívio Moreira Junior. Segundo ele, a paralisação não afeta a rede pública de saúde. Apenas consultas e cirurgias não urgentes devem sofrer atraso, mas não os serviços essenciais, como urgências, emergências e UTIs, uma vez que residentes não devem trabalhar sem supervisão. Procurada, a pasta de Educação afirma que não é responsável por informações sobre a paralisação. Já a Saúde informa que não possui dados sobre prejuízos causados pela greve, mas diz que os residentes não devem influenciar no atendimento, uma vez que são apenas auxiliares. Além disso, afirma que os grevistas estão cumprindo o que determina a lei, de manter 30% do funcionamento normalizado. Nos Estados O Estado com maior número de manifestações é o Rio Grande do Sul, onde cerca de 2.400 residentes, 90% do total, estão em greve. Além de Porto Alegre, também houve protestos em Caxias do Sul, Rio Grande, Pelotas, Passo Fundo e Santa Maria. No Rio de Janeiro, cerca de 80% dos 4.620 residentes do Estado estão em greve, segundo a associação nacional. Em Minas Gerais, são 2.700 residentes e 70% de adesão à paralisação. Em Santa Catarina, 600 residentes também cruzaram os braços, depois que a proposta estadual de 20% de reajuste foi rejeitada em assembleia. A ANMR não possui números de São Paulo, mas afirma que 70% da categoria aderiu no Estado. Já a Secretaria de Estado de Saúde afirma que a greve paralisa apenas cerca de 1% dos 4.000 bolsistas, e não afeta no atendimento. Segundo a pasta, os médicos são auxiliares, o que não gera impacto no atendimento. Distrito Federal Já no Distrito Federal, houve passeata ontem com narizes de palhaço em Brasília. Cerca de 80% dos 800 médicos residentes aderiram à greve. “Exigimos respeito e precisamos de condições de trabalho dignas. Não queremos de modo algum prejudicar o atendimento”, declararam os manifestantes, em carta. A greve tem apoio do Conselho Federal de Medicina (CFM), da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e da Associação Médica Brasileira (AMB). “Mantido o respeito ao Código de Ética Médica, tal movimento é legítimo e deve contar com o apoio da classe médica e, em especial, dos preceptores”, diz a Associação Médica Brasileira, em nota de apoio à greve. Fonte: UOL Notícias – 25.08.2010

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