A superlotação nos hospitais de Campo Grande provocada pelos encaminhamentos irregulares de pacientes feitos pelas prefeituras do interior do Estado, pode ter sido responsável pela morte de Antônio Santusi e pelo agravamento do quadro clínico de uma criança de cinco anos. Vitimas de acidentes de trânsito, eles vieram de Dourados e chegaram domingo a Campo Grande. Como não houve atendimento imediato – não existiam vagas para isso – Santusi morreu. As informações constam em relatório feito pela própria Santa Casa de Campo Grande entregue ontem ao Ministério Público Estadual (MPE). De acordo com o documento, no domingo (27), Antônio Santusi foi vítima de espancamento na cidade de Rio Brilhante. A .163 quilômetros de Campo Grande. Ele foi encaminhado para Dourados, distante 228 quilômetros da Capital, em razão da falta de estrutura nos hospitais da cidade. De lá, o paciente foi trazido de ambulância para a Capital, por conta da falta de um neurocirurgião credenciado no SUS no hospital de Dourados. Santusi chegou a Santa Casa com parada cardíaca, não resistiu e morreu no domingo. Já a criança, que não teve o nome revelado pelo hospital, sofreu um acidente em Ponta Porá, a 329 quilômetros da Capital. Ela também foi encaminhada a Dourados porque precisava de uma neurocirurgia. Novamente, a situação se repetiu e ela foi colocada em uma ambulância e transportada até a Santa Casa de Campo Grande. De acordo com o último boletim médico divulgado ontem, o estado de saúde dela era considerado gravíssimo. Ainda segundo o documento, a Santa Casa “solicita (ao MPE) a tomada de providência para evitar que pacientes sejam submetidos a um transporte desumano pelas estradas de Mato Grosso do Sul, visto que a viagem até Campo Grande torna mais grave o estado de saúde dessas pessoas”. (AZ) (fonte: jornal O Estado de Mato Grosso do Sul – 29.07.2008)