João Prestes É cada vez maior o número de mulheres de Maracaju, Jardim, Dourados, Campo Grande, e até de outros estados, que procuram o comércio de Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, para comprar a droga abortiva Cytotec. A denúncia foi feita pelo Jornal da Praça, de Ponta Porã, na edição de hoje. Muitas delas têm complicações durante o aborto e buscam socorro médico no Brasil. Com isso, segundo o jornal, o Hospital Regional de Ponta Porã virou uma espécie de pronto-socorro abortivo. O jornal cita declarações da médica Conceição Escobar, que chegou a ser acusada por pacientes de não dar a devida atenção às mulheres internadas na maternidade do HR. Conceição Escobar explicou que o medicamento Cytotec, recomendado para problemas estomacais como úlcera, gastrite e outras complicações, tem o poder de causar o aborto nas primeiras semanas de gestação, o que é uma prática perigosa e que pode colocar em risco a vida da gestante. O Cytotec tem venda proibida no Brasil exatamente pelo efeito colateral, mas no Paraguai é oferecido livremente. A mulher toma um comprimido e introduz outro na vagina. Em alguns casos o feto vem a óbito, mas quase sempre provoca hemorragia. Quando o feto não morre as complicações podem ser ainda maiores, tanto para a mulher como para o bebê, que pode nascer com anomalias. Acreditando que o feto já morreu, estas mulheres dirigem-se ao Hospital Regional e solicitam uma curetagem. Nos casos de comprovação do aborto, cuja causa – mesmo tendo sido provocada pelo Cytotec – não pode ser comprovada, o HR faz o procedimento. O número é assustador. Segundo a médica, uma média entre 3 a 5 curetagens são feitas diariamente, o que pode corresponder a até 150 abortos por mês. Naturalmente há exceções. Entretanto, quando a mulher é submetida a um ultrassom – e isso, diz a doutora é aplicado em todos os casos – e o procedimento acusa que o feto ainda está vivo, o atendente inicia um tratamento para que o bebê sobreviva, mesmo contra a vontade da mãe. Isso, ainda segundo a médica, faz com que as mulheres fiquem contrariadas, nervosas e, em alguns casos, até com ataques de histeria, o que é motivo suficiente para que parentes ou acompanhantes procurem a imprensa para reclamar do atendimento. Na verdade, o problema é muito maior e requer imediata intervenção das autoridades ligadas ao setor da Saúde. Há quem veja, inclusive, a necessidade de se abrir uma discussão com as autoridades paraguaias, para imprimir um controle mais rígido sobre a comercialização do Cytotec na divisa com o Brasil. (fonte: jornal online Midiamax News – 22.10.2008)

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