Nadyenka Castro e Fernanda Mathias Em vigor desde o fim do mês de junho, o decreto de lei que proíbe dirigir com qualquer quantidade de álcool no sangue já deu resultado positivo em Campo Grande. A quantidade de acidentes na Capital, que tem um dos trânsitos mais violentos do País, reduziu em média 30% nas últimas semanas, garante o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). De acordo com o coordenador do serviço, Eduardo Cury, em alguns períodos a redução é ainda maior. Entre 13 e 19 horas de domingo, por exemplo, o número de acidentes diminuiu 50%. Ontem a redução foi ainda maior: 60%, conforme o secretário municipal de saúde, Luiz Henrique Mandetta. Apesar do número ser positivo, Cury diz que ainda falta muito para se chegar a um nível aceitável de acidentes. Principalmente porque motociclistas e ciclistas continuam sendo os campeões em ocorrências. Ele explica que o número de acidentes com automóveis caiu, mas os envolvendo motos permanecem altos e com ciclistas aumentou “Nos fins de tarde e fim de semana principalmente. Os ciclistas bebem, caem da bicicleta ou são atropelados”. Segundo Cury, os números mostram que a Lei Seca já tem mudado o comportamento do motorista. “Ou bebem moderadamente ou no meio do grupo tem sempre alguém que não está bebendo para dirigir”. Os motoristas estão conscientes que a lei não está só no papel e por isso já mudaram o comportamento. Apesar de comemorar o sucesso da Lei Seca, Cury alerta: os motoristas continuam trafegando em alta velocidade e infringindo as leis, principalmente os condutores com até 25 anos. As blitze realizadas pela Ciptran (Companhia Independente de Policiamento de Trânsito) ajudaram a baixar a estatística. Com a intensificação da ação policial os motoristas ficam mais atentos e para não terem que pagar R$ 955 de multa, ter suspensa a habilitação e ainda correr o risco de serem presos, não ingerem bebidas alcoólicas. A conseqüência é menos acidentes e menos pessoas que precisam de atendimento médico por conta da violência no trânsito. Mandetta, comemora a lei e defende maior severidade. “O exame teria de ser compulsório e uma vez constatado que o condutor está dirigindo sob efeito de álcool deveria haver perda definitiva da habilitação”, prega. Ele justifica que cerca de 80% dos acidentes de trânsito atendidos pelo Samu envolvem consumo de álcool de forma direta ou indireta e que os acidentes trazem graves conseqüências à economia do País. “É uma questão que não passa mais pelo direito individual, mas pelo coletivo”, diz. Mandetta afirma que a maior parte das vítimas tem entre 18 e 40 anos de idade e estão na fase economicamente ativa. “O Estado investe quase 20 anos na educação desta pessoa e de repente ela morre”, afirma. Isso sem contar com os custos ao sistema público de saúde e os casos de pessoas que ficam com seqüelas e acabam se aposentando pelo INSS. “O País tem uma guerra no trânsito e não tem reserva de dinheiro para enfrenta-la”, resume o secretário. Nacional – No País, segundo o Ministério da Saúde, a redução média nos acidentes é de 24% nas operações de resgate, desde a entrada em vigor da lei. Dentre as 144 unidades do SAMU que atuam no Brasil, a maior queda dos resgates, de 47%, foi registrada na região de Niterói (RJ), onde vive 1,8 milhão de pessoas. O SAMU de Brasília, que cobre uma população de 2,5 milhões de habitantes, teve a segunda maior redução: 40%. Em terceiro, com 35% de queda, vem o SAMU de Porto Alegre (RS), que atende a 1,4 milhão de pessoas. (fonte: jornal Campo Grande News – 14.07.2008)

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