O médico Luís Henrique Mascarenhas Moreira assumiu o comando do CRM-MS durante solenidade que contou com a presença de familiares e amigos do novo presidente e representantes de entidades médicas do Estado, do Conselho Federal de Medicina (CFM) e dos gestores públicos em saúde.

“É um momento único estar aqui. E resolvi não falar sobre as nossas metas, que são as metas já colocadas, mas do sentimento que tenho ao assumir esse cargo”, afirmou Mascarenhas, que, aos 47 anos, passa a presidir o CRM-MS, autarquia federal que reúne 4 mil médicos em Mato Grosso do Sul. Diante o auditório lotado, no dia 24 de fevereiro, o novo presidente falou da infância e das visitas ao pediatra, que lhe encantaram e despertaram o então menino para a profissão que abraçaria sem hesitação.

De lá para cá, Mascarenhas não parou mais. Permaneceu na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), onde fez a graduação e se tornou professor, e atuou como conselheiro do CRM-MS, exercendo as funções de tesoureiro e vice-presidente antes de chegar à presidência da entidade. 

A trajetória de Mascarenhas foi também lembrada por Juberty Antônio de Souza, então presidente do CRM-MS. Segundo ele, o novo presidente, além de profissional competente, não se intimida diante das adversidades, qualidade para ele indispensável nos embates à frente do Conselho. Juberty lembrou as ações à frente da entidade, as paralisações realizadas em 2011 para cobrar providências dos gestores e arrematou: “Tudo o que fizemos era o nosso dever, não tem porque ter elogios”. Agradeceu a parceria com as entidades médicas e com o Conselho Federal de Medicina (CFM) nas lutas em defesa da boa prática médica, da regulamentação da profissão, da aprovação da Emenda 29.

Juberty também mencionou o trabalho realizado pelo CRM-MS no interior do Estado – um terço dos conselheiros não reside na Capital –, agradeceu aos funcionários da entidade e falou sobre algumas “frustrações”. “O homem é o lobo do homem e alguns profissionais esquecem que paciente é gente, cometem erros grosseiros, tiram proveito do paciente”, disse, citando a histórica frase do filósofo inglês Thomas Hobbes. Para o ex-presidente, o CRM-MS não se furta do seu papel de defender a população. “Fazemos a nossa parte e cortamos na própria carne quando preciso”, completou.

Juberty criticou a postura de alguns gestores, que incitam a população contra os médicos. “É perversidade dizer que o médico não quer trabalhar, quando se sabe dos baixos salários, das péssimas condições de trabalho em alguns lugares, das agressões físicas em unidades de saúde”, explicou. Ele criticou também a falta de um plano de cargos e carreira para os profissionais e a abertura indiscriminada de cursos de medicina pelo país.

Prioridades

Mascarenhas enfatizou que a nova diretoria preservará as conquistas da entidade, como os cursos, palestras, fóruns e outras atividades realizadas. Segundo ele, outra prioridade é manter o CRM-MS atuante e engajado, juntamente com as demais entidades médicas, nas mobilizações por melhores condições de trabalho e mais recursos para a saúde. “Também vamos lutar pela não abertura de mais cursos de medicina porque entendemos que mais médicos não vão resolver o problema da saúde no país, e sim uma melhor distribuição desses profissionais e a implantação de uma política de fixação dos médicos, com incentivos e uma carreira de estado, principalmente em lugares longínquos”, afirmou. 

Luís Henrique Mascarenhas Moreira