Depois de constatados dois casos de infecção por E.coli nos EUA, cresce a preocupação de que o surto infeccioso se alastre pelo mundo.
Marcos Boulos, professor de moléstias infecciosas e parasitárias da Faculdade de Medicina da USP e diretor-clínico do Hospital das Clínicas, diz acreditar que a doença não tem grandes possibilidades de atingir o Brasil.
“Se alguém com suspeita da doença chegar da Europa (com diarreia, por exemplo), deve se tratar imediatamente procurando um profissional de saúde”, afirma o médico.
Já se uma pessoa tem viagem marcada para a Alemanha ou Espanha neste momento, deve evitar a ingestão de alimentos crus, diz ele.
Para o médico infectologista Stefan Cunha Ujvari, para evitar a E.coli, basta uma grande campanha de higienização. Segundo ele, “isso é primordial para que se evitem outras doenças, como a hepatite A e o norovírus [causador de infecções]”.
Para Ujvari, não é necessário deixar de ingerir alimentos crus. Limpeza adequada e lavagem em água corrente são suficientes para prevenir o alastramento da E.coli.
VIAGENS
A assessoria da TAM informou que mantém o procedimento-padrão de higiene nos voos. A tripulação é orientada a lavar com frequência as mãos antes do contato com passageiros e alimentos.
A empresa diz não ter recebido orientação específica da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a respeito do surto de E. coli.
A Anvisa afirma que está monitorando o problema e que, por ora, não tomará nenhuma medida adicional em relação aos legumes importados da Espanha, suposta origem da contaminação.
Até o fechamento desta edição, a Lufthansa não respondeu à reportagem. As duas empresas realizam voos do Brasil para a Alemanha, principal foco da contaminação na Europa.
Fonte: DEBORAH COUTO E SILVA – Folha de São Paulo