Anahi Zurutuza Especialistas e profissionais da saúde já apontam os aparelhos de MP3, MP4, walkmans, diskmans e também celulares com fones de ouvido como causadores de problemas e, de até mesmo, a perda de audição. De acordo com o médico otorrinolaringologista Pedro Paulo Rocha, a popularização desses aparelhos pode se tornar um problema de saúde pública. “Hoje já se tornou hábito, principalmente entre os jovens, de escutar música alta e usar aparelhos com fones por períodos prolongados. Sem dúvida, isso é muito perigoso. São inúmeros os problemas de audição que a exposição contínua a volumes muito altos podem causar”, explica. De acordo com um estudo de 2006, feito pela Associação Americana de Fala, Linguagem e Audição (Asha, na sigla em inglês), esses aparelhos são capazes de reproduzir música acima dos 100 decibéis. Alguns chegam a um volume máximo em torno de 120 decibéis, se assemelhando ao de uma britadeira. Rocha afirma ser uma “barbaridade” uma pessoa ouvir música nessa intensidade de som. “O ouvido humano não tolera volumes acima de 80 decibéis, que é equivalente ao som mais alto existente na natureza. Isso não quer dizer que somos incapazes de ouvir sons mais intensos. Mas a exposição contínua acaba ‘cansando’ o aparelho auditivo. Por exemplo, uma pessoa pode ficar exposta a 85 decibéis, sem ter problemas, por até oito horas. Um som a 90 por 4 horas, a 95 por 2 horas, a 100 por 1 hora e a 120 é um absurdo”, acrescenta. TRABALHO O produtor musical Maríno Pinto da Silva Filbo; 34 anos, conta que desde 1993 o fone de ouvido se tornou indispensável em sua vida. “Eu trabalho com música e muitas vezes não consigo parar em casa para ouvir tranqüilo. Como tenho que estar sempre atualizado, enquanto estou na rua fazendo outras coisas coloco o fone. Mas não ouço o dia inteiro. Quer dizer, depende do dia”, justifica. Silva Filho diz que ajusta o volume de seu MP3 conforme o volume externo. “Como estou sempre na rua, se o trânsito está muito barulhento tenho que aumentar o volume do aparelho. Às vezes, quando me dou conta o volume está muito alto mesmo”, afirma. O produtor musical diz que apesar de ter esse hábito há muitos anos ainda não sentiu nenhuma dificuldade para. escutar. “Espero que não tenha problemas nunca” . COMPORTAMENTO O médico otorrínolarIngologista Pedro Paulo Rocha .esclarece que este é o grande problema” dos dispositivos que tocam música e que as pessoas acabam perdendo a noção da intensidade que estão escutando e considera o comportamento de Silva Filho comum e completamente errado. “Os aparelhos não mostram em quantos decibéis está o volume, por, isso as pessoas não têm controle e nem a noção do perigo a que estão expostas. Nunca devemos aumentar o volume do fone . para compensar o barulho externo. Como os aparelhos só mostram a marcação baixa ou alta para volume, Uma boa dica é que a pessoa quando for usá-lo observar se quem está do lado consegue ouvir a música que ela ouve, ou se ela consegue ouvir os sons externos. Se não, o volume, com certeza, está alto demais “, finaliza. (fonte: jornal O Estado de Mato Grosso do Sul – 16.08.08)

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