A Sosmati (Sociedade Sul-Mato-Grossense de Terapia Intensiva) publicou nota hoje reafirmando as declarações feitas pelo CRM (Conselho Regional de Medicina) sobre a falta de vagas nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) nos hospitais de Campo Grande. No entanto, os médicos intensivistas rebatem as afirmações sobre falta de critérios e protocolos para internar pacientes no CTI (Centro de Terapia Intensiva) e utilização das UTIs com pacientes que ficam por longos períodos mesmo sem condições de sobrevivência. Na última segunda-feira, dia 24, o CRM publicou uma nota também reclamando da superlotação e péssimas condições de atendimento nos hospitais de Campo Grande, citando o HU (Hospital Universitário), Santa Casa e Hospital Regional Rosa Pedrossian. O presidente do CRM, Sérgio Renato de Almeida Couto, citou a necessidade de abertura de vagas na UTI, com ampliação das salas de emergência e capacitação de recursos humanos. Couto explicou à imprensa que na Capital existe uma defasagem de pelo menos 20 UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) e 30 UTI intermediárias (destinada a pessoas em estado grave, mas que respiram sem o auxílio de aparelhos). Os médicos intensivistas reclamam do enorme número de pacientes com indicações de cuidados intensivos sendo literalmente abandonados em macas em corredores de hospitais e em salas de emergência sem receber os cuidados médicos necessários. O presidente da Sosmati, Claudnei de Rezende justifica que a manutenção de pacientes muito graves nas UTIs se deve ao fato de os mesmos existirem e terem direito a receber tratamento médico. “É o que nós intensivistas fazemos. Lutamos a favor da vida, porém não contra a morte, mas acreditamos que todos, sem distinção de nenhum tipo de condição social tenha o mesmo direito dos protocolos respaldados pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira”, afirma Rezende em nota publicada no Correio do Estado. Os médicos intensivistas alegam ainda que cumprem as recomendações de portarias da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) com aval da Associação de Medicina Intensiva Brasileira observando os princípios da beneficiência, justiça e não maleficiência. Médicos Em outro trecho da nota, Rezende rebate as declarações sobre o fato de médicos não especialistas em terapia intensiva trabalharem nas UTIs. “Nos parece que estamos falando de países distintos”, explica Rezende. O presidente da Sociedade acrescenta que os médicos que apresentarem adequada experiência em medicina intensiva podem atuar na especialidade. Rezende cita como exemplo o Hospital Regional Rosa Pedrossian onde cerca de 80% dos médicos não são intensivistas e na Santa Casa onde também há médicos com título de especialista. Couto havia afirmado ainda que os médicos que trabalham na UTI são submetidos a elevadas cargas de trabalho devido à falta de médicos. Rezende afirma ainda que recentemente foram oferecidas oito vagas para médicos ingressarem no corpo clínico de Serviço de Terapia Adulto da Santa Casa, entretanto, apenas um candidato apareceu, pois muitos consideram os salários incompatíveis com o nível de stress, responsabilidade e capacidade profissional. Sobre a falta de vagas disponíveis na UTI, a Sociedade de Terapia Intensiva justificou ainda que os médicos da Santa Casa formaram uma escala médica para ativar uma nova unidade de terapia intensiva que não foi efetivada por causa de limitação financeira do próprio hospital. A Sosmati explicou ainda na nota que o verdadeiro caos na saúde pública não se deve falta de interesse dos médicos intensivistas e sim à falta de investimentos do setor público para a assistência dispensada à população. Fonte: Midiamax News

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