Azael Júnior O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM-MS) recorreu ontem ao Ministério Público Estadual (MPE) para tentar sanar a situação de caos na Saúde Pública em Campo Grande. O conselho entregou ao MPE um projeto que prevê a criação urgente de 15 leitos de UTI e 15 leitos de uma Unidade Intermediária na Santa Casa de Campo Grande. No documento, o CRM-MS também aponta uma série de problemas constatados por médicos fiscais do conselho, que vistoriaram o Pronto-Socorro da Santa Casa no dia 23 de julho. Na visita ao hospital os médicos constataram a superlotação do setor e as precárias condições para atendimento à população situação que já havia sido apontada em outro procedimento de vistoria, realizado em 8 de maio. A situação de caos no sistema de Saúde Pública no Estado – e principalmente na Capital – foi alardeada na semana passada e tem sido agravada pelos encaminhamentos irregulares de pacientes vindos das prefeituras do interior do Estado. No domingo, duas vítimas de acidente de trânsito foram encaminhadas de Dourados para Santa Casa. Por conta do procedimento irregular – as vítimas não teriam passado pela Central de Regulação de Vagas – houve demora no atendimento e uma das pessoas morreu. Documento do CRM Segundo o relatório do CRM-MS, elaborado pelo médico fiscal Carlos Vinícius Pistóia de Oliveira – que foi enviado ao MPE – a situação mais grave foi detectada na sala de emergência. “Há 13 pacientes internados ocupando as duas laterais , em macas sem espaço entre elas, além do centro da sala ocupado por duas macas com pacientes e dois grandes cilindros de oxigênios extras, já que todas as saídas embutidas de gases estão ocupadas”, explica o médico. Não haveria, no momento da vistoria, condições para atendimento de qualquer paciente que chegasse ao setor. “São evidentes os riscos de ocorrerem óbitos, para os quais certamente o atendimento precário viria a contribuir e, portanto, representa risco para a população”, diz o médico no relatório. Nas demais dependências do Pronto – Socorro havia outros 33 pacientes internados, além dos que estavam no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Pistóia conclui que o Pronto-Socorro da Santa Casa “apresenta precárias condições para a prática médica, havendo risco para os pacientes lá internados e absoluta falta de condições para o atendimento na Sala de Emergência, para onde pacientes graves são levados 24 horas”. Situação da Caos De acordo com o presidente do CRM-MS, Sérgio Renato Couto, os pacientes internados no centro cirúrgico, após serem operados, não podem ser removidos para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) porque “não tem vaga”. Por conta dessa situação ficam no centro cirúrgico. As salas de cirurgias acabam sendo fechadas porque o paciente recebe, no local, os cuidados que deveriam ser feitos na UTI. “Os anestesistas, que deveriam cuidar exclusivamente da anestesia e acompanhar o paciente durante operação, têm de cuidar de pessoas internadas na Unidade de Terapia Intensiva que estão dentro do Centro Cirúrgico”, afirma Couto. A situação gera a falta de vagas para as cirurgias para pacientes que chegam ao hospital e “vão ficando amontoados em uma sala à espera de vagas e respirando com aparelhos ultrapassados”, revela. (fonte: jornal O Estado de Mato Grosso do Sul – 29.07.2008)

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