Milena Crestani Dez médicos que atuam na rede pública de Saúde realizaram ontem uma manisfestação, na Praça Ary Coelho, entre as ruas 14 de Julho e 13 de Maio, na região central de Campo Grande, para reivindicar uma melhor remuneração pelos procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS), além de melhores condições de trabalho. Os profissionais entregaram panfletos às pessoas que passavam pelo local e realizaram serviços gratuito de aferição de pressão. Também foram feitos orientações médicas e cadastro para doação de medula óssea. Os profissionais reclamam que os valores pagos pelo SUS estão defasados e que seria necessário aumentar os recursos destinados para cada procedimento. Para uma consulta, por exemplo, o valor pago pela tabela do Ministério da Saúde é de R$ 2,50 (em clínicas particulares o procedimento chega a custar R$ 150). Para cirurgias, o repasse é de R$ 50. O presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM) no Estado, Sérgio Renato de Almeida Couto, 46 anos, afirma que os recursos destinados pelo Poder Público federal são insuficientes. “O profissional precisa ser mais valorizado. Os salários estão baixos e não há um plano de cargos”, reclama. Outra queixa da categoria diz respeito à falta de estrutura nos hospitais e nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). A presidente da Associação Médica de Mato Grosso do Sul, Eliane Patrícia Pires, 47, diz que faltam condições de trabalho dignas aos médicos. No Hospital Regional (HR), que fica na região sul da cidade, por exemplo, ela afirma que os médicos que precisam fazer plantões dormem em colchões no chão. “o médico quer sair de casa e saber que vai trabalhar em um local com condições adequadas”. A falta de profissionais em UBSs e hospitais é outro problema que afeta diretamente os médicos, de acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed/MS), João Batista de Medeiros, 45. Ele considera grave a situação da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HR. “Os médicos já estão fazendo escalas e plantões acima do usual. O número de profissionais é insuficiente”, afirma. No local citado por Medeiros deveriam ser contrados outros cinco médicos para suprir a demanda, diz o sindicato. Além de enfrentar uma carga horária elevada, muitos profissionais não ganham o suficiente quando atuam na rede pública de Saúde, segundo o presidente da entidade. Outra deficiência é a falta de pediatras para atuar nos Centros Regionais de Saúde (CRSs) 24 horas. Muitos não têm médicos dessa especialidade, mas o sindicato não diz quantos atuam hoje e quantos mais seriam necessários. A pediatria é a área da medicina em que há mais dificuldade de encontrar profissionais para a rede pública. O sálario dos médicos que trabalham para a prefeitura e o Estado é de R$ 1,6 mil. Atualmente, a rede pública conta com 3,5 mil profissionais em todo o Mato Grosso do Sul. (fonte: jornal O Estado de Mato Grosso do Sul – 11.04.2008)

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