O mundo provavelmente vai ultrapassar o limite de aquecimento global que a União Européia considera perigoso, disseram na terça-feira cientistas britânicos ao apresentar os resultados de cinco anos de pesquisas. Mas nem todos os especialistas concordam com isso, embora fique claro que o debate já não é mais sobre se o aquecimento global está ocorrendo, e sim sobre quais serão suas consequências e o que se pode fazer. Líderes da União Européia reiteraram em março a “importância vital” de limitar o aquecimento global médio a 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais. Com base nisso, o bloco europeu estipulou metas para a redução das emissões de gases do efeito estufa, mas o MetOffice, órgão meteorológico do governo britânico e responsável pelo novo estudo, duvida que tais metas sejam factíveis. “Acho que está bem aceito que [a meta de] 2º C será superada”, disse Vicky Pope, gerente do programa de pesquisas sobre mudanças climáticas do Hadley Centre, ligado ao MetOffice. “Precisamos de informações muito mais precisas e detalhadas sobre como a mudança climática vai se dar no futuro”, acrescentou ela. Outros cientistas estão mais otimistas com as metas da UE. “Este objetivo ambicioso é justificável não só cientificamente, mas também como um imperativo econômico e ético”, disse Hans Joachim Schellnhuber, diretor do Instituto Potsdam para a Pesquisa do Impacto Climático, em depoimento na segunda-feira ao Parlamento Europeu. Os cientistas prevêem, por exemplo, que o aquecimento de 2º C seria suficiente para iniciar o degelo das calotas polares, com consequências graves e irreversíveis. “Se ainda cortarmos as emissões, temos a chance de evitar que superemos os 2º C”, disse Malte Meinshausen, do Instituto Potsdam, acrescentando que o estudo britânico é tão válido quanto os outros, mas ligeiramente alarmista. Em grande parte devido à ação humana, a temperatura média do planeta subiu cerca de 0,7º C no último século, e outro 0,6º C deve ser inevitável, já que os oceanos estão absorvendo o aquecimento mais rápido das terras emersas. O estudo do MetOffice custou quase US$ 174 milhões, bancados pelos Ministérios de Defesa e Meio Ambiente. O programa também se destina a avaliar detalhadamente os impactos climáticos regionais e os riscos de uma catástrofe. Há sinais, por exemplo, de que a calota polar da Groenlândia está derretendo mais rápido do que se esperava, com implicações para o aumento global do nível dos mares. “Trata-se de dar uma olhada em eventos de baixa probabilidade e alto impacto”, disse Pope. Fonte: Uol Ciência e Saúde

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