O Hospital Mário Kröeff, unidade filantrópica, referência no atendimento a pacientes com câncer, foi afetada pela falta de repasses do município. Com grave déficit de insumos e sem receber os salários desde novembro, médicos da unidade tiveram que suspender as atividades desde segunda-feira, 4. A direção do hospital enviou um ofício ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ) e ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro para informar a gravidade do caso.
De acordo com o texto, enviado pela direção do hospital, a crise atinge toda a unidade. Para amenizar a situação, na última semana de dezembro, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro – responsável pelos repasses – efetuou parte do pagamento que contemplou as áreas administrativa e de enfermagem, mas o salário dos médicos, que são autônomos, não foi regularizado. A ausência de insumos também persiste, o que resultou na suspensão dos atendimentos.
A direção também frisou os prejuízos que a paralisação dos atendimentos pode ocasionar, já que centenas de pessoas podem ter tratamentos de quimioterapia interrompidos.
 
O vice-presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, reforçou a gravidade da situação do Hospital Mário Kröeff. Para ele, é inaceitável o descaso com a saúde. “A crise financeira não pode atingir a saúde, que é uma prioridade. Vamos averiguar o que está acontecendo e cobrar uma medida da Secretaria Municipal de Saúde. O médico precisa ter insumos para atender dignamente o paciente e também é extremamente injusto ter seu pagamento paralisado. Mas o fundamental é que o paciente não pode ter o seu tratamento prejudicado em virtude do descaso das autoridades públicas”, declarou. 
 
Não é de hoje que o CREMERJ denuncia que a unidade passa por problemas críticos. Em janeiro e em outubro de 2015, o Conselho realizou duas fiscalizações no hospital que constataram problemas causados pela falta de recursos humanos e pela dificuldade na realização de exames complementares e fundamentais, como o eco color doppler e a tomografia. A ausência desses exames em tempo hábil resultava em atrasos no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento. As inspeções também averiguaram que o funcionamento do CTI contrariava as normas legais, tendo apenas quatro leitos, além de não ter rotina nem plantonista exclusivo. 
 
 
Fonte: CREMERJ 
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