Milena Crestni e Guilherme Soares Dias Os números de casos notificados de dengue pelos municípios de Mato Grosso do Sul divergem dos dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), responsável pela centralização das informações e pela definição das diretrizes de combate à doença. O desencontro nas estatísticas prejudica as ações da Saúde Pública contra o avanço da dengue, uma vez que as informações são vitais para a definição, entre outros, do repasse de recursos para os municípios. Do dia 1° de janeiro ao dia 31 de março deste ano, a Secretaria Estadual de Saúde registrou. 1.441 casos de dengue. O balanço envolve 78 municípios do Estado. No entanto, levantamento feito pelo jornal O Estado em apenas 27 das 78 prefeituras apontou a notificação de 592 casos a mais que os 1.441 da secretaria estadual. A maior divergência ocorre na cidade de Corumbá, localizada 417 quilômetros a oeste de Campo Grande. A Saúde Municipal registrou 197 casos a mais do que os números disponíveis na Secretaria Estadual de Saúde. São 232 casos notificados pelo município e 35 pelo Estado. A reportagem obteve os dados com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Corumbá, que não soube explicar a divergência de informações. Segundo a assessoria, todas as notificações foram repassadas à Secretaria Estadual de Saúde. Outro município com elevada discrepância nos registros oficiais é Coxim, localizada 251 quilômetros ao norte de Campo Grande. Foram 124 casos registrados pelo Estado com 233 do município, uma diferença de 109 notificações. A assistente de serviço de saúde da Vigilância Epidemiológica de Coxim, Iraíde Lemos de Arruda afirmou que todos os casos registrados são encaminhados à secretaria Estadual de Saúde, mas admitiu que, nem todos são notificados dentro do tempo determinado porque os hospitais demoram a informar. A terceira cidade com maior diferença de casos entre os municípios pesquisados pela reportagem foi Campo Grande. Foram 579 casos registrados pelo Estado no período de janeiro a março, contra 669 pela Secretaria Municipal de Saúde da Capital. A reportagem tentou falar com o secretário municipal de Saúde, Luiz Henrique Mandetta, 43, para saber sobre a diferença no número de casos notificados, mas ele não atendeu aos telefonemas. Na tabela repassada pela Secretaria Estadual de Saúde ao jornal O Estado, constam 41 cidades sem registro de casos de dengue. Nos 27 municípios pesquisados aparecem cidades com casos registrados que não estavam contabilizados. A coordenadora de Vigilância em Saúde de Anaurilândia, Marli do Prado Cardoso, 52, afirmou que os casos foram registrados no começo de março e ainda não tinham sido repassados à secretaria estadual. CONTROLE O superintendente estadual de Vigilância em Saúde, Eugênio de Barros, 60, afirma que a demora das prefeituras em comunicar os casos de dengue prejudica as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. “A secretaria estadual tem como auxiliar o município a intensificar as ações de combate à dengue”; afirma Barros. O infectologista José Ivan Albuquerque Aguiar, presidente da Sociedade de Infectologia de Mato Grosso do Sul, afirma que os dados são vitais para o governo direcionar os investimentos aos municípios. (fonte: O Estado de Mato Grosso do Sul – 12.04.2008)

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