Quase metade das mulheres brasileiras com idade entre 50 e 69 anos nunca fez mamografia. É o que mostra pesquisa feita por duas professoras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Maria Fernanda Lima-Costa e Divani Leite Matos. Elas se basearam nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2003, ano em que foi incluída no questionário a pergunta sobre quando as mulheres haviam feito mamografia pela última vez. As professoras analisaram a relação entre a realização do exame e fatores sociodemográficos, condições de saúde e uso do serviço de saúde. Com base nesses dados, as pesquisadoras concluíram que mulheres que têm plano de saúde, mais escolaridade e melhor renda, que vivem em áreas urbanas e fizeram o exame Papanicolau passam pela mamografia em períodos mais curtos e mais regulares. No trabalho, Maria Fernanda e Divani constataram uma diferença de oportunidades para realização da mamografia conforme a região em que vive a mulher. “As mulheres que vivem nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste, comparadas com as da Região Norte, têm mais chances de realizar a mamografia”, disse Divani, em entrevista à Agência Brasil. “Isso é inaceitável, sabendo que a mamografia é um instrumento da saúde pública que tem efetividade comprovada”, afirmou Divani. O câncer de mama é uma das principais causas de morte por esse tipo de doença, e a mamografia é um meio importe no diagnóstico precoce, o que aumenta as chances de vida da paciente. No entanto, o estudo mostrou que apenas 42,5% das mulheres na faixa etária pesquisada haviam feito o exame nos últimos dois anos anteriores à PNAD 2003. Na faixa de idade entre 60 e 69 anos, esse número cai para 36,9%, e o número das que nunca fizeram mamografia chega a 54%. A pesquisa não buscou compreender o porquê de tão poucas mulheres na faixa etária estudada realizam o exame. Falta de informação, escolaridade, exames muito caros, deficiência no serviço público, falta de consciência – todos esses fatores devem ser levados em conta, disse a professora Divani. “O que a gente tem que procurar é trabalhar com essas desigualdades, ver onde isso está acontecendo e tentar melhorar”. Atualmente, existem no Brasil tem 3.307 mamógrafos, dos quais 3.213 estão em uso. A Região Sudeste é a que tem maior número de aparelhos: 1.811, contra 101 na Região Norte. Fonte: Portal Médico

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