A fratura do colo do fêmur em crianças é problema raro mas de muita gravidade. Esse é o motivo pelo qual no 47º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia, que começa na quinta-feira, 19, no Expo Center Norte, em São Paulo, alguns dos médicos que já tiveram que tratar esse tipo de trauma apresentarão os casos que atenderam e os resultados obtidos. Eles vão discorrer tanto sobre o tratamento cirúrgico, como sobre a prevenção, pois falhas no metabolismo ou condições como paralisia cerebral podem fazer com que crianças de 4 a 8 anos tenham predisposição para esse tipo de fratura.

“O tema é muito importante, porque milhares de ortopedistas que nunca atenderam um caso de trauma de quadril em criança vão poder aprender com as apresentações”, explica o especialista Roberto Guarniero. Ele conta que para a prevenção as mesmas drogas usadas no tratamento da osteoporose em adultos devem ser usadas para as crianças, nas quais porém a fratura tem tratamento diverso, preferindo-se a osteossíntese, já que não é possível colocar uma prótese num organismo que ainda vai crescer por alguns anos.

Roberto Guarniero afirma, porém, que muito mais comum e também preocupante para os especialistas é a verdadeira epidemia de fraturas de fêmur causados por traumatismo de alta energia, acidentes de trânsito e principalmente de motocicleta e de bicicleta. “Muitas vezes esses acidentes causam politraumatismo”, diz ele, e embora a Ortopedia tenha avançado muito nos anos recentes, o tratamento não implica apenas numa cirurgia, mas também num longo tratamento fisioterápico que leva de seis meses a um ano, além de ser necessário acompanhamento psicológico, em muitos casos.

O Congresso da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) vai discutir todo o leque da especialidade, tão vasto que hoje há várias sub-especialidades, braço, pé, joelho, mão, coluna, além do quadril, e alguns dos maiores nomes mundiais estarão em São Paulo para, com suas explanações, aumentarem a capacitação dos ortopedistas brasileiros, principalmente dos mais jovens.

“Não queremos apenas saber como recuperar os acidentados no trânsito”, conclui o médico, “mas estamos querendo prevenir os acidentes, e isso só se consegue com a educação e com campanhas como a de segurança nas bicicletas, que a SBOT vai lançar justamente durante o Congresso”.

Para os profissionais da saúde, é vital que outras instituições e também as autoridades governamentais invistam na educação, seja sanitária, seja de trânsito, para evitar que se use a bicicleta e a motocicleta sem os equipamentos de segurança, ou então abusando da velocidade ou pior, bebendo ou usando drogas antes de dirigir.

Para o presidente do Congresso, Gilberto Camanho, que também atendeu ao longo dos anos um sem número de pacientes vítimas de acidentes de trânsito, a discussão do tema pelos 6.000 ortopedistas que estarão reunidos em São Paulo pode ser muito importante, à medida que ajudar a coibir essa epidemia de acidentes que afeta principalmente a população jovem brasileira. 


47º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia
Local: Expo Center Norte – São Paulo/SP
Datas: 19 a 21 de novembro de 2015
Informações:  http://cbotadm.com.br/

 

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