Medida em número de artigos publicados em periódicos internacionais, a produção científica brasileira cresceu 133% nos últimos dez anos, só perdendo da China, entre os países emergentes, no ritmo de crescimento na década. Os chineses mais do que quintuplicaram a publicação de artigos. Em 2007, cientistas brasileiros publicaram 26.369 artigos em publicações estrangeiras. Isso representa 1,75% da produção mundial. O número é inferior ao registrado em 2006 (26.661). O presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Jorge Guimarães, não se manifestou ontem sobre os motivos da queda. Segundo o biomédico Rogério Meneghini, especialista em cienciometria (que estuda a produtividade em pesquisa), o movimento seria apenas uma “oscilação”. Ele chamou a atenção para o fato de o indicador aferir mais quantidade do que qualidade das pesquisas. Nesse período de dez anos, os EUA mantiveram a liderança do ranking, no qual o Brasil ocupa o 15º lugar desde 2006, cinco postos acima da posição ocupada em 1998. Os números têm como base o indicador SCImago, que usa o banco de dados Scopus, mantido pela editora científica homônima. O ranking lista 233 países. O resultado brasileiro em 2007 representou mais da metade de toda a produção científica da América Latina. Na região, o México, segundo colocado, ocupa a 30ª posição no ranking mundial. Medicina foi a área de pesquisa que concentrou o maior número de artigos brasileiros publicados no ano passado, com quase 20% do total. Na seqüência, vêm agricultura e ciências biológicas, bioquímica, genética e biologia molecular, física e astronomia. Cinco instituições se destacaram na produção de artigos científicos: USP, Unicamp e as universidades federais de Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais, nessa ordem. Integram os quadros dessas universidades 11 dos 16 pesquisadores apontados como destaques da produção científica da década. Eles receberão na próxima quinta-feira um prêmio da Capes em parceria com a editora holandesa Elsevier. O chefe do departamento de Farmacologia da USP, Fernando de Queiroz Cunha, disse que a concentração de artigos na área médica vem dos investimentos dirigidos ao tema: “É a área que mais profissionalizou a produção científica”. Pesquisador da Embrapa e outro dos escolhidos para receber o prêmio, Elibio Rech é mais conhecido por participar do desenvolvimento da primeira patente de transgênico da estatal, uma variedade de soja tolerante a herbicida. Rech também publicou trabalhos sobre o genoma da teia de aranha, com o objetivo de produzir polímero biodegradável e sobre a produção de fármacos biotecnológicos contra o vírus da Aids. “O avanço da pesquisa científica no Brasil fica evidente quando comparamos os resultados com o restante da América Latina e com outros países emergentes”, observou Dante Cid, diretor para a América Latina da Elsevier. (fonte: jornal Folha Online – 07.07.2008)

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