Kátia Kuratone Um protesto dos enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem programado para iniciar no próximo dia 1° de junho deve reduzir o atendimento do Hospital Universitário em pelo menos 50%. A previsão é do diretor em exercício do hospital, o médico Ivan Reyes. Eles deixarão de fazer os plantões extras pelo período de 15 dias para forçar aumento na gratificação. De acordo com Reyes, a direção do HU ainda não foi informada oficialmente, ou seja, não recebeu nenhum documento dos enfermeiros, mas desde o início do mês, quando a classe realizou uma paralisação de advertência entre os dias 4, 5 e 6 de maio, a direção foi informada informalmente da intenção. Enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, juntos, somam hoje 369 funcionários atuando efetivamente no Hospital Universitário de Campo Grande. A classe alega que vai paralisar os plantões extras para reivindicar um reajuste no valor pago pelo serviço. Segundo eles, há mais de 10 anos o valor é o mesmo. Inicialmente a paralisação se estende desde o dia 1° até o dia 15. Se neste período não ocorrer um acordo, já está definido que a paralisação continua por tempo indeterminado. Segundo o auxiliar de enfermagem Adilson Ednaldo Teslenco, que trabalha no HU há 6 anos e é um dos líderes do movimento, os enfermeiros não são obrigados a fazer os plantões extras, mas a maioria tem interesse porque é um aumento considerável no salário. No entanto, o valor pago pelo plantão está defasado e muito baixo. Ele informou que um auxiliar de enfermagem recebe em média por um plantão extra de 6 horas, R$ 49,50 bruto, tirando os descontos, sobra líquido R$ 32,00. “A classe médica teve um aumento de 228% no valor dos plantões e nós há mais de 10 anos não temos nada de reajuste. A reitoria alega que o reajuste dos médicos foi subsidiado pelo Estado e pela prefeitura, mas não apresentou nenhum documento que comprovasse isso. Entendemos que os enfermeiros são tão indispensáveis quanto os médicos”, disse. Adilson também esclarece que a classe vai continuar trabalhando a carga horária pela qual é contratada, apenas não fará os plantões extras, que é opcional. Ele acredita que o HU terá uma diminuição considerável na capacidade de atendimento porque cada funcionário tem um número de pacientes para atender e como mais de 80% já aderiu a paralisação, com certeza a capacidade de atendimento do hospital deve ser prejudicada e a população será atingida. “Infelizmente a população será a mais prejudicada, mas não temos outra opção, estamos tentando negociar desde o final de 2006 e até agora não obtivemos nenhum resultado”. Dificuldade A chefe da Divisão de enfermagem do HU, Márcia Cristina Rezende informou que a paralisação é muito preocupante, porque o hospital já trabalha com um déficit de funcionários. Um levantamento realizado por ela mostra que diariamente o hospital trabalha com um déficit de 63 funcionários, que são substituídos pelos profissionais que atuam nos plantões extras. “Já fizemos uma solicitação para que através de concurso público sejam contratados pelos menos 71 enfermeiros e 244 técnicos de enfermagem. Trabalhamos no limite. É um problema quando um funcionário se aposenta, por exemplo, por que outro só pode atuar no lugar através do concurso”, disse. Márcia acredita que durante a paralisação de 1° a 15 de junho, somente o número de leitos da internação deve reduzir de 257 para 150. “É muito preocupante, porque seria o que temos capacidade para atender com carga horária normal, sem os plantões extras”. Esta também é a principal preocupação do diretor em exercício. Segundo ele, o atendimento será sem dúvida prejudicado, tanto no atendimento dos pacientes internados quanto nas futuras internações que provavelmente devam ser interrompidas, caso a paralisação perdure por muito tempo. Mas a diretoria não se posiciona contra o movimento. Ele admite que a remuneração é baixa e que a classe tem o direito de se manifestar. Reyes ainda informou que não existe nenhuma previsão de acordo (fonte: jornal Midiamax News – 15.05.2008)

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