O Brasil possui hoje 181 escolas médicas, sendo que 100 delas foram instaladas na última década. Segundo o CFM (Conselho Federal de Medicina), o país é o que tem mais faculdades no mundo. Apesar de formar 16,5 mil médicos ao ano e ter uma média de um profissional para 578 pessoas, a presidente Dilma Rousseff anunciou que vai formar mais 4,5 mil profissionais ao ano.

Para o CFM, a solução é redistribuir os médicos pelo país, e não abrir mais vagas. “Não somos contrários ao Brasil ter mais cursos. Somos contra a criação de mais vagas. Se um novo curso bom é aberto e um ruim é fechado, está ótimo. Nós defendemos uma quantidade de vagas na capacidade de demanda. Temos no Brasil mais escolas que qualquer lugar do mundo. Aumentar as vagas não é prestar um bom serviço à saúde”, disse o vice-presidente do CFM,Carlos Vital.

O CFM ainda questiona o argumento do governo de que “faltam médicos” no país. “Nós temos uma metodologia científica para chegarmos a essa conclusão. O governo e o MEC têm que outra fonte para dizer que faltam médicos no Brasil? Que base é essa?”, indagou.

Outra preocupação da categoria é com a ampliação do número de faculdades particulares. “Nos preocupa muito isso, porque a abertura de escolas no país nos últimos anos se deu em cima das escolas privadas, não públicas. E essas escolas têm interesse em abrir vagas, não em ofertar cursos de qualidade”, afirmou.

Segundo o vice-presidente do CFM, o país precisa redistribuir os profissionais com a oferta de melhores estrutura e salários aos profissionais. “Nós temos 72% dos 330 mil médicos no Sul e Sudeste. Os profissionais que estão no Sul e Sudeste não estão necessariamente satisfeitos. Os salários pagos no serviço público não condizem com a dignidade médica. Havendo incentivo, oferecendo instalações adequadas, os médicos insatisfeitos vão migrar”, explicou.

Para ele, o país investe pouco em saúde e precisa urgentemente aumenta os recursos destinados á área para melhorar o atendimento à população. “Precisamos de investimentos, da regulamentação da emenda 29 [que prevê gastos mínimos dos entes federativos com saúde], e de mais financiamento da saúde. Nós não podemos entender a interiorização sem incentivos da criação de centros de atendimento”, disse Carlos Vital.

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Fonte: BOL – Brasil Online

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