Percentuais previstos para o setor foram motivo de polêmica. Bancada da saúde criticou o texto por considerar os recursos insuficientes.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 358/13 determina que os 50% das emendas destinados a ações e serviços públicos de saúde sejam computados no mínimo que a União deve gastar no setor todo ano.

Atualmente, a Constituição exige que a União gaste o que foi empenhado no ano anterior mais a variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores.

A PEC 358/13 também muda esse montante mínimo, que passará a ser de 15% da receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro. A reavaliação desse índice ou a mudança do referencial de cálculo por lei complementar não precisará mais ocorrer a cada cinco anos.

Aumento de recursos

A PEC prevê uma ampliação progressiva dos recursos para a saúde nos cinco anos seguintes ao da sua promulgação. No primeiro ano, a aplicação mínima em saúde será de 13,2% da receita corrente líquida; no segundo ano, 13,7%; no terceiro ano, 14,1%; no quarto ano, 14,5%; e, no quinto ano em diante, 15%.

A bancada da saúde considerou esses percentuais insuficientes. O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) acusou o governo de negociar com a vida dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). “Está sendo feita uma moeda de troca entre as emendas parlamentares e a vida dos cidadãos brasileiros. No futuro, o governo dirá que gostaria de aumentar os recursos para a saúde, mas não poderá fazer porque está na Constituição”, disse.

Lei complementar

Com a aprovação da proposta, a regulamentação dos gastos do governo federal com saúde por lei complementar não será mais possível, o que esvazia o trabalho de uma comissão especial sobre a matéria na Câmara.

No dia 12 de novembro de 2013, a comissão especial sobre o financiamento da saúde aprovou parecer do deputado Geraldo Resende (PMDB-MS) para o Projeto de Lei Complementar 123/12, do deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS). O texto estipula uma progressão com índices maiores, começando em 15% da RCL em 2014 e chegando a 18,7% em 2018.

Para Perondi, o texto do Senado “enterra o financiamento do SUS para os próximos 20 anos”. Para ele, o orçamento impositivo é bom, mas a regra sobre os gastos não. “O ministério tem um rombo de R$ 10 bilhões este ano, e o governo promete um aumento de apenas R$ 3 bilhões para o próximo ano”, afirmou.

Royalties do petróleo

A Proposta de Emenda à Constituição 358/13 muda regra recém-criada pela Lei 12.858/13, que direciona recursos dos royalties do petróleo para as áreas de educação e saúde, mas impede seu uso no cálculo do mínimo obrigatório previsto na Constituição.

A partir da PEC 358/13, todas as ações e serviços públicos de saúde custeados pela parcela de royalties e participação especial da União serão computados para o cumprimento do novo mínimo obrigatório estipulado no texto.

Fonte: Agência Câmara Notícias

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