O drama de pacientes que aguardam por transplantes de rins parece não ter fim. Durante todo ano de 2007, foram feitas em Mato Grosso do Sul apenas 19 cirurgias e a fila para realização do procedimento tem 330 pessoas à espera. A situação, que já é considerada crítica, torna-se mais grave com a falta de medicamentos. Desde final de novembro, a Casa da Saúde não distribui o remédio Ciclosporina 50 miligramas e, segundo o presidente da Recromasul (Associação de Doentes Renais Crônicos e Transplantados de Mato Grosso do Sul), Gesivaldo Carlos, esta é a quinta vez no ano que falta algum tipo de medicamento na Casa da Saúde, responsável pela distribuição de medicamentos de alto custo. A ciclosporina tem princípio ativo que suprime as reações do organismo que podem causar rejeição de orgãos transplantados. Farmácias de rede privada não comercializam o medicamento, portanto, a alternativa encontrada pela Associação foi a mesma a de sempre: pedir comprimidos de pacientes que tinham unidades suficientes e entregar a pessoas que já estavam sem comprimidos. “Numa situação desta a gente fica indignado porque o que não pode faltar é medicamento”, desabafa o presidente da Recromasul. Os problemas foram apresentados em uma audiência pública realizada dia 29 de novembro, na Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul. De acordo com Gesivaldo Carlos, em 2003 e 2004, o Estado chegou a fazer 65 transplantes por ano, números muito superiores ao total de procedimentos feitos este ano e em 2006, quando foram feitas 14 cirurgias. Em março deste ano, a Associação denunciou ao MPE (Ministério Público Estadual) a redução do número de transplantes de rins de pessoas com morte cerebral. O objetivo da ação era investigar se o Estado é penalizado com a falta de pessoas capacitadas para identificar possíveis doares nos hospitais de Mato Grosso do Sul. O presidente da Recromasul explica que a Central de Regulação alega que faltam doadores de órgãos, no entanto, para ele, a justificativa não condiz com a realidade quando se compara ao número de acidentes com morte ocorridos. Este tipo de doador é a esperança para o renal que não tem parentes com órgão compatível. Mato Grosso do Sul tem 1.100 pacientes em hemodiálise, dos quais 330 estão em condição de ser submetidos a cirurgia, ou seja, compõem a fila dos transplantes. O presidente da Recromasul afirma que a maioria deles precisa receber órgãos de pessoas que morreram, uma vez que, é muito difícil encontrar um familiar que tenha rins compatíveis. “O tratamento (hemodiálise) no Estado é bom, mas quanto mais tempo o paciente fica nele, mais difícil é a recuperação”, conclui Gesivaldo. Fonte: Campo Grande News

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