Os médicos municipários da prefeitura de Porto Alegre decidiram, em assembleia extraordinária na noite da última quinta-feira (6), confirmar apoio ao estado de greve dos setores de emergência e defender a imediata instalação da CPI da Saúde para apurar irregularidades na gestão da Secretaria Municipal da Saúde, principalmente em relação a atos da gestão de Carlos Henrique Casartelli. Na sede do SIMERS, os médicos listaram as deficiências crescentes e graves para prestar a assistência, desde precariedade de equipamentos em postos, falta de especialistas médicos nas mais variadas áreas, número ínfimo de ambulâncias do SAMU (15 para socorrer 1,4 milhão de habitantes), redução de leitos e reforma no HPS que gera ambiente de risco a profissionais e pacientes.

    As obras, feitas sem planejamento e sem proteção ao funcionamento do hospital, já levou servidores a ter de usar máscaras devido a náuseas e outros problemas gerados por materiais químicos (tintas e cola) usados na reforma. “Trata-se de um hospital, que não pode fechar, mas não se justifica que obras gerem tamanho transtorno. O HPS não é o único hospital que passa por obras e não vemos esse caos no Clínicas ou outras unidades”, alertaram os participantes. Os transtornos costumam ocorrer, isto sim, nos serviços municipais. No Pronto Atendimento da Cruzeiro do Sul (PACS), o mesmo desrespeito e exposição da saúde a riscos foram verificados em obras recentes.

     A categoria apontou ainda que o prefeito José Fortunati intensificou a tercerirização de serviços, em vez de preencher quase 200 vagas de médicos de carreira. “O prefeito posou nacionalmente ao lado de ministros dizendo que paga R$ 10 mil e não consegue preencher postos. Acaba de sair edital com remuneração de R$ 2.142 para médico especialista. Como ele explica isso?”, cobra a diretora do Sindicato Clarissa Bassin. Além disso, a categoria luta para assegurar o adicional de insalubridade de 40% para quem atua nas emergências, benefício que está ameaçado ou já foi reduzido a muitos trabalhadores devido a adoção de laudos que ignoram as condições de trabalho.

     Outra frente de denúncia atingirá as quase 80 aposentadorias de médicos, que não são oficializadas porque o prefeito não regulamenta uma gratificação criada em 2011. Os profissionais precisam se licenciar ou continuar a atuar. Com isso, vagas que poderiam ser levadas a concurso público para contratar mais médicos ficam bloqueadas. “O SIMERS já fez várias reuniões com a Previmpa e Secretaria de Administração e nada é resolvido. A conduta do prefeito, que não envia à Câmara Municipal projeto para regulamentar o tema gera danos não só a quem já está com a aposentadoria encaminhada, como para a população”, alertou Clarissa.

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